Vírus H5N1 tem ponto fraco que poderá ser atacado com novos medicamentos
Os investigadores acreditam que é possível fazer um medicamento mais eficaz do que o Oseltamivir (nome comercial do Tamiflu) e o Zanamivir (Relenza), já armazenados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por vários governos devido ao risco de uma hipotética pandemia humana.
O vírus H5N1 deve o seu nome às duas proteínas do seu invólucro, a hemaglutinina (H) e a neuraminidase (N), que existem sob diferentes formas (identificadas por números) nos vírus da gripe humana ou aviária.
O Oseltamivir e o Zanamivir visam inibir a acção da neuraminidase, que permite aos vírus sair das células onde se multiplicam e continuar a propagar a infecção.
Estes medicamentos, chamados inibidores da neuraminidase, foram desenvolvidos mediante a adaptação da sua estrutura molecular à configuração 3-D das neuraminidases N2 e N9, as únicas (nos vírus gripais do grupo A) cuja estrutura tinha sido então estudada por cristalografia de raios-X.
A neuraminidase N1 (como a N4, N8) tem uma forma diferente das neuraminidades N2 e N9, segundo Rupert Russel e John Shekel, investigadores do National Institute of Medical Research de Londres.
De acordo com esta equipa britânica, quando o medicamento se liga à neuraminidase N1 para bloquear a sua acção, deixa um espaço livre, uma minúscula cavidade de um nanómetro (milionésimo de milímetro) de comprimento e meio nanómetro de altura e largura.
Daí surgiu a ideia de que novos inibidores da neuraminidase que se encaixassem perfeitamente nesse espaço poderiam ser mais eficazes contra o vírus H5N1 aviário ou o H1N1 da gripe humana.
Como certos vírus H5N1 são resistentes aos medicamentos actuais, os investigadores esperam ter assim "novas ocasiões" para desenvolver antivirais eficazes.