Líder do Hezbollah declara “guerra aberta” a Israel

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O xeque Nasrallah revelou que o movimento atacou um navio israelita fundeado ao largo do Líbano Mahmoud Tawil/AP

“Querem guerra aberta, vão ter guerra aberta”, ameçou Nasrallah, num discurso destinado a provar que sobreviveu a nova tentativa israelita para o eliminar.

Contudo, a AP adianta que o discurso terá sido gravado, não se sabendo com que antecedência, tanto mais que o xeque não faz qualquer referência ao ataque contra a sede do movimento e a sua residência.

Durante a intervenção, saudada com disparos em vários pontos de Beirute, Nasrallah apelou “a todo o povo e ao Estado libanês para resistir” à ofensiva israelita e ameaçou intensificar os ataques contra o país vizinho.

“Vamos atingir Haifa e, podem acreditar, vamos ainda mais longe do que Haifa”, declarou, antes de acrescentar: “As nossas casas não serão as únicas a ser destruídas, as nossas crianças não serão as únicas a morrer”.

Navio israelita atacado

O líder do Hezbollah anunciou ainda que o grupo atacou um navio de guerra israelita e, dirigindo-se ao Governo israelita, acrescentou: “olhem enquanto ele arde e se afunda perante os vossos olhos”.

Segundo fontes libanesas, a embarcação terá sido atingida por dois “rockets” disparados pelo Hezbollah.

Pouco depois desta declaração, um porta-voz do Exército israelita confirmou que um navio que participa no bloqueio marítimo ao Líbano foi danificado por um ataque, mas garantiu que a embarcação não corre risco de se afundar. A televisão israelita adiantou, entretanto, que nenhum ocupante do navio ficou ferido.

O movimento radical xiita, criado em 1982 para resistir à ocupação israelita do Sul do Líbano, é a única milícia armada ainda activa no país, contando com o apoio do Irão e da Síria. O movimento reivindicou o sequestro, na passada quarta-feira, de dois soldados israelitas, num ataque que terá feito vários outros mortos.

Na resposta, Israel está, desde ontem, a bombardear diversos alvos no Sul do Líbano e nos subúrbios de Beirute, bastiões do movimento radical, tendo provocado dezenas de mortos. As forças armadas israelitas controlam também o espaço aéreo libanês e bloquearam os portos do país, deixando aos libaneses apenas a possibilidade de fuga para a Síria, apesar de também a auto-estrada que conduz à fronteira ter sido bombardeada.

Em retaliação, o movimento radical disparou dezenas de “rockets” contra o Norte de Israel, provocando quatro mortos. Ontem, pela primeira vez, projécteis atingiram a cidade de Haifa, a terceira maior do país, situada a 30 quilómetros da fronteira, sem, no entanto, provocar baixas.

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