Ministro da Agricultura apresenta plano de recuperação da serra da Boa Viagem

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Em 2005, o fogo destruiu mais de mil hectares de floresta Sérgio Azenha/Lusa (arquivo)

Hoje foi assinado um protocolo entre a Câmara Municipal e a Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF) para a recuperação daquela serra.

Em 2005, o fogo destruiu mais de mil hectares de floresta, dos quais 400 hectares de floresta pública.

O ministro Jaime Silva apresentou o Plano de Recuperação da Serra da Boa-Viagem, que prevê "um novo ordenamento”, tornando o espaço mais resistente ao fogo e capacitando-o para recuperar mais rapidamente. O plano prevê também a transformação dos resíduos florestais em biomassa.

"A reflorestação da área ardida entra já num plano de ordenamento florestal, quer nas espécies, quer nos sistemas de defesa, com aceiros e faixas separadores", explicou o governante aos jornalistas.

"O Plano de Recuperação da Serra da Boa-Viagem visa aproveitar tudo o que ardeu, transformando os restos em biomassa para produção de energia na Portucel (Figueira da Foz)", adiantou o titular da pasta da Agricultura, sublinhando que "este é um exemplo concreto do que poderá ser no futuro uma nova actividade económica da floresta portuguesa".

Em plena serra da Boa-Viagem, o ministro assistiu à demonstração de colheita e processamento de biomassa florestal, através de unidades automatizadas da Portucel, que são pioneiras na península ibérica.

"Com o lançamento do concurso de novas centrais de biomassa, o Governo vem claramente dizer que há uma nova oportunidade de sustentabilidade económica da floresta, que é a limpeza e a utilização dos restos para produção de energia", sublinhou Jaime Silva.

"A prevenção estrutural na floresta não foi feita durante anos e anos. Não fizemos o trabalho de casa e hoje temos o problema do combate". Para o ministro, a maioria dos fogos resulta da negligência e do comportamento incorrecto dos cidadãos e de causas intencionais, onde se incluem as queimadas.

Na sua deslocação à Serra da Boa Viagem, o ministro procedeu ainda à apresentação das equipas de vigilância móvel de bicicleta, que incorporam 60 jovens em acções de vigilância até Setembro a Casa da Protecção Civil, e à inauguração da Casa do Sapador Florestal.

Lídio Lopes, vereador da Câmara Municipal da Figueira Foz, disse que o protocolo assinado com a DGRF vai permitir que o Exército participe na recuperação da rede viária florestal da serra, através de uma unidade de engenharia civil.