Barbara Epstein, co-editora e fundadora da célebre revista The New York Review of Books e editora influente, morreu na sexta-feira, aos 76 anos, na sua casa, em Manhattan, com um cancro no pulmão.Com Jason Epstein, Robert Silvers, Robert Lowell e Elizabeth Hardwick, Barbara Epstein (Boston, 1929) fundou a revista durante o longo blackout noticioso de 1963 provocado por uma greve em Nova Iorque que fechou o New York Times Book Review.
Com Barbara Epstein e Silvers como directores, o grupo de amigos criou um novo tipo de revista, diz o site da New York Review. "Uma revista na qual as mentes mais brilhantes que eles conseguissem encontrar discutiam política, livros, arte e cultura em profundidade." O primeiro número tinha textos de Elizabeth Hardwick, W.H. Auden, Robert Penn Warren, Norman Mailer e Gore Vidal, e a intenção era "mostrar o que uma boa recensão podia ser", disse Silvers à Associated Press. "Todos escreveram recensões durante três semanas sem receber um tostão." O New Statesman escreveu na altura que o aparecimento da revista era "culturalmente mais importante do que a abertura do Lincoln Center".
Foi Barbara Epstein que insistiu na distribuição nos EUA, do Diário de Anne Frank e que publicou a primeira versão americana, em 1952; durante anos influenciou e orientou o trabalho de muitos escritores.
Uma das marcas fortes da revista é ter recensões de escritores importantes. Em 2003, pouco antes do anúncio de que JM Coetzee ganhara o Nobel da Literatura, o escritor sul-africano assinara um texto na New York Review, para dar um exemplo.
"O segredo do seu sucesso", escreveu o Times, "é este: os seus directores conseguem que escritores e pensadores notáveis escrevam com lucidez para leitores leigos sobre uma enorme variedade de ideias e temas complexos".
"Ela tinha um nível de exigência altamente crítico", disse Silvers à AP. "O meramente competente e meramente correcto nunca era aceitável."