Morreu Billy Preston, o "quinto Beatle"
O teclista americano também tocou e gravou com os Rolling Stones
Billy Preston, teclista que tocou com os Beatles e os Rolling Stones, morreu, aos 59 anos, na terça-feira, no Shea Scottsdale Hospital, estado do Arizona, EUA, onde vivia, e onde estava em coma desde 21 de Novembro após falha renal grave e outras complicações derivadas de hipertensão.Nasceu a 9 de Setembro de 1959, em Houston, Texas, e desde cedo se mostrou um génio do órgão e do piano - aos 10 anos já tocava regularmente com a cantora gospel Mahalia Jackson, e mais tarde acompanhou Ray Charles e Little Richard. Nos anos 60, colaborou intensamente com os Beatles (e gravou dois álbuns em nome próprio na Apple, a editora da banda), sendo dos raros músicos creditados pelos "Fab Four" nas capas de álbuns, nomeadamente em Let It Be e Abbey Road.
Mais tarde, continuou a tocar com John Lennon a solo, e com o outro grande grupo da altura, os Rolling Stones, no duplo Exile on Main Street e em espectáculos ao vivo. Ringo Starr, baterista dos Beatles, afirmou terça-feira, citado pela BBC: "Billy era um homem e um músico incrível, e sentiremos muito a sua falta."
Já o vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger, recorda: "Billy era um músico fantástico, e um cantor soberbo, quer em palco, quer em estúdio. Era muito divertido quando andava em digressão connosco." O seu bom feitio terá ajudado a alisar as divergências entre os quatro Beatles durante as gravações de Let It Be, e John Lennon terá mesmo sugerido a entrada de Billy para a banda, o que foi recusado por Ringo, George Harrison e Paul McCartney.
Na sua carreira de mais de quatro décadas, Billy Preston também teve êxitos a solo e enquanto cantor, na área da pop/soul e r&b, como When it will go round in circles, With you I"m born e Nothing from nothing. De entre as suas composições para outros artistas, destaque para a clássica balada You are so beautiful, celebrizada pelo cantor inglês Joe Cocker.
Já na sua vida íntima, Preston sofreu muitos sobressaltos nos últimos anos, tendo recebido uma pena suspensa de prisão em 1992 por posse de cocaína e ataque violento. Em 1997 foi condenado a mais três anos por violação de liberdade condicional relativa a uma pena de posse de drogas do ano anterior. Tocou no último álbum que Ray Charles gravou, mas é pelo piano eléctrico como o que saltita em Get Back, no filme (de 1969) que relata o derradeiro concerto dos Beatles no terraço do edifício da Apple, em Londres, que o músico norte-americano será recordado.