Francisco José Viegas vence Grande Prémio de Romance e Novela da APE
Trata-se de um mais importantes prémios literários portugueses, no valor de 15 mil euros, e foi atribuído por maioria por um júri constituído por José Correia Tavares, que presidiu, Liberto Cruz, Luis Mourão, Luiz Fagundes Duarte, Serafina Martins e Teresa Martins Marques, informou a Associação Portuguesa de Escritores (APE).
Segundo a APE, o número de livros admitidos ao concurso (90) foi o maior desde a primeira edição do prémio, há 24 anos.
Dois dos seis membros do júri do Grande Premio de Romance e Novela da APE votaram na obra "A Voz da Terra", de Miguel Real, indicou a instituição.
O prémio é patrocinado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Câmara de Grândola, Fundação Gulbenkian, Imprensa-Nacional Casa da Moeda, Instituto Camões e Sociedade Portuguesa de Autores.
Francisco José Viegas é actualmente director da Casa Fernando Pessoa, tendo exercido antes cargos de direcção em jornais e revistas.
Nascido em 1962 em Vila Nova de Foz Côa, viveu na aldeia de Pocinho até aos oito anos, mudando-se então com a família para Chaves, onde fez os estudos secundários. Formado em Letras pela Universidade de Lisboa, Viegas foi professor de Linguística na Universidade de Évora.
Jornalista, escreveu para jornais e revistas como o "Jornal de Notícias", "Diário de Notícias", "O Independente", "Visão", "Ler" e "Grande Reportagem". Actualmente, apresenta com periodicidade semanal programas culturais na rádio e na televisão.
Data de 1983 a sua estreia em livro, na Poesia, com "Olhos de água", a que se seguiram "As imagens", em 1987, o ano em que publicou o seu primeiro romance, "Regresso por um rio". A sua obra poética inclui ainda títulos como "Todas as coisas", de 1988, "O Medo do inverno seguido de poemas irlandeses", de 1994, e "O puro e o impuro", de 2004.Na ficção, Viegas escreveu "Crime em Ponta Delgada", de 1989, "Morte no Estádio", de 1991, "As duas águas do mar", de 1992, "Um crime na exposição", de 1998, "Lourenço Marques", de 2002, e o agora premiado "Longe de Manaus", de 2005.
São ainda de sua autoria uma peça de teatro, "O segundo marinheiro", de 1988, e, publicado neste mesmo ano, um livro de viagens, "Comboios portugueses".
Várias das suas obras estão traduzidas na Alemanha e em França.