Sporting: sócios delegam decisão sobre venda de património no Conselho Leonino

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O presidente do Sporting defende que só com a venda de património não desportivo é possível combater o passivo do clube André Kosters/Lusa

Após ser eleito há pouco mais de um mês, com 74,2 por cento dos votos – face a 25,3 por cento de Sérgio Abrantes Mendes e 0,6 por cento de Guilherme Lemos –, Soares Franco viu a proposta do seu Conselho Directivo ser aprovada por 920 sócios presentes, num total de 7013 votos, dos quais 24 por cento foram contra, registando-se ainda um por cento de abstenções.

Numa Assembleia-Geral que se estendeu por três horas (mais uma vez interdita à comunicação social), a afluência ficou longe dos cerca de três mil associados presentes no dia 17 de Março. Na altura, 64,5 por cento dos sócios "leoninos" votaram a favor da alienação de património, mas sem atingir os dois terços requeridos pelos estatutos.

Dias depois, Soares Franco e os restantes elementos dos órgãos sociais do clube de Alvalade renunciaram aos respectivos cargos, antecipando o cenário de eleições.

"A Assembleia-Geral delegou no Conselho Leonino a deliberação relativamente à venda de património não desportivo do Sporting. Caberá àquele órgão consultivo analisar a venda, caso a caso ou em bloco, no prazo de um ano", anunciou Rogério Alves, presidente da mesa da assembleia, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião magna.

Em causa estão imóveis não afectos às actividades desportivas do clube como o Edifício Visconde Alvalade, o complexo comercial Alvaláxia, o ginásio Holmes Place e a clínica médica CUF, todos nas imediações do Estádio José Alvalade.

"Agora o Conselho Directivo vai analisar as várias propostas que chegarem e, posteriormente, o Conselho Leonino vai decidir. Vamos vender. Serão cerca de 50 milhões de euros de receitas previstas, o que significa 15 milhões de euros de mais-valias", afirmou Soares Franco, classificando o processo como "decisivo para o futuro do Sporting a curto e médio prazo".

Soares Franco defende que o passivo do Sporting, estimado em cerca de 277 milhões de euros, só pode ser combatido com a venda de património, sobretudo para suprir o défice de tesouraria (16,7 milhões de euros) e os encargos com juros (13 milhões de euros por ano).