O parque de ondas da Aguçadoura, na Póvoa de Varzim, foi apresentado esta manhã numa cerimónia nos Estaleiros Navais de Peniche que contou com a participação do secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa. É neste local que estão a ser montados os componentes das três máquinas Pelamis, "uma tecnologia avançada para a conversão de energia das ondas", explica uma nota do Ministério do Ambiente.

O parque será constituído por três máquinas, cada uma com uma potência de 750 quilowatts (KW), a instalar a cinco quilómetros da costa durante o Verão. A Enersis prevê a ligação à rede em Agosto.

O projecto é financiado maioritariamente por capitais próprios, tendo um apoio de 1,25 milhões de euros do programa de incentivo à modernização da economia Prime.

O parque de 2.25 megawatts (MW) constitui a primeira fase de um projecto de 24 MW, dado que do acordo assinado entre a Ocean Power Delivery e a Enersis consta a colocação de mais 28 dispositivos, quando a instalação e testes desta primeira etapa estiver concluída.

O Pelamis "tem um output semelhante a uma turbina eólica convencional. O primeiro protótipo à escala real foi construído em 2004 e está a ser testado no European Marine Energy Centre, nas ilhas Orkney, na Escócia", explica o site da Ocean Power Delivery.

Na apresentação do parque de ondas estiveram presentes também o secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, Manuel Lobo Antunes; o secretário de Estado Adjunto, da Indústria e da Inovação, António Castro Guerra; e a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino.

No dia de 7 de Abril, o Governo anunciou a criação de um grupo de trabalho que vai definir, até 31 de Dezembro, uma zona piloto para receber a energia das ondas e estudar a criação de mecanismos de licenciamento para projectos na área.

António Sarmento, presidente do Centro de Energia das Ondas (CEO), congratulou o Governo por "este passo em frente" na investigação de energias renováveis.

O responsável acredita que Portugal reúne condições para se lançar, de forma pioneira, a nível comunitário, na exploração da energia das ondas, por ainda não haver nenhum país com uma estratégia completa nesta área.

Em Novembro do ano passado, o secretário de Estado Adjunto, Castro Guerra, revelou que a Direcção-Geral de Geologia e Energia está a estudar uma tarifa para rentabilizar a aplicação deste tipo de tecnologia de produção de energia.

O desenvolvimento das energias renováveis e a eficiência energética estão previstos na Estratégia Nacional para a Energia do Governo e no Plano Tecnológico, para diminuir a dependência energética no país e contribuir para a diminuição das emissões de carbono.

A política energética nacional prevê a duplicação da produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis até 2010.