Portugueses deportados do Canadá em 2005 representaram 1,7 por cento do total
Freitas do Amaral, que falava à Lusa após um encontro com o seu homólogo canadiano, Peter Mackay, congratulou-se com os dados que lhe foram fornecidos na reunião e afirmou que "permitirão tranquilizar a opinião pública em Portugal e a comunidade portuguesa no Canadá".
O ministro comprometeu-se a não divulgar as deportações relativas a cidadãos de outras nacionalidades, mas disse ter ficado com a certeza de que "os portugueses não estão entre os primeiros".
"Fiquei com a certeza de que não há qualquer perseguição aos portugueses e nenhuma intenção de aumentar substancialmente o número de deportações por ano", acrescentou.
Freitas do Amaral foi ainda informado de que, no ano passado, 68 emigrantes portugueses que se encontravam ilegalmente no Canadá receberam autorização de residência por motivos humanitários, "o que mostra também que há aqui 'fair-play' nas pretensões apresentadas pelos portugueses".
Contudo, as autoridades canadianas "não atenderam nenhum pedido fundamentado em alegadas perseguições políticas, religiosas ou de orientação sexual" apresentados por outros emigrantes para requerer o estatuto de refugiados.
Os chefes da diplomacia dos dois países, que se encontraram à margem de uma reunião da NATO em Sófia, decidiram ainda continuar os contactos "para tentar resolver estes problemas que são complexos, difíceis e que requerem bastante diálogo para poderem ser desbloqueados".
Estima-se que residam no Canadá cerca de meio milhão de portugueses, a grande maioria na região de Toronto, onde há 15 mil indocumentados.
Segundo o serviço de fronteiras canadiano, entre 27 de Março e 7 de Abril foi dada ordem de deportação a 67 famílias portuguesas que se encontravam em situação ilegal no país, depois de terem sido rejeitados os seus pedidos de legalização com base em motivos humanitários.