bairro da bouça vai ser inaugurado a 25 de abril

Ministro vai assinalar conclusão do empreendimento, 31 anos após o arranque

O Bairro da Bouça, da autoria do arquitecto Álvaro Siza Vieira, vai ser inaugurado no próximo dia 25. A derrapagem no prazo das obras (deviam ter ficado prontas em Dezembro) parece ter vindo mesmo a calhar: o empreendimento, intimamente ligado ao 25 de Abril de 1974, está quase pronto, e a inauguração da sua conclusão foi marcada para o 32º aniversário da Revolução dos Cravos. A escolha da data "não foi inocente", reconhece Guilherme Villaverde, presidente da Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica (Fenache). Esta semana começam as escrituras das 72 novas casas.Para assinalar o fim da empreitada, que começou há 31 anos, haverá mais do que uma simples inauguração. As comemorações começam às 10h00 do dia 25, com um debate intitulado Encontro de Experiências. O objectivo da iniciativa é discutir a experiência do SAAL (Serviço Ambulatório de Apoio Local), o programa de apoio à construção de habitação ao abrigo do qual o Bairro da Bouça foi projectado e iniciado. Nesta mesa-redonda vão participar o ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, Nunes Correia, e os arquitectos Álvaro Siza Vieira, Alexandre Alves Costa e Nuno Portas.
Com o fim previsto para Dezembro do ano passado, a empreitada sofreu um atraso de quatro meses. Guilherme Villaverde explica que tal se deveu à "complexidade da obra", nomeadamente ao facto de os trabalhos decorrerem com pessoas a morar nas 56 habitações já edificadas. Isto porque as casas antigas, cuja construção começou em 1975, nunca chegaram a ser concluídas. As que se edificaram foram ocupadas por brigadas populares e o fim do SAAL, em 1977, deixou o projecto de Siza a meio.
Orçado em cerca de cinco milhões de euros, o empreendimento conta agora com um total de 128 fogos (às 56 casas existentes juntaram-se 72 novas habitações), para além de algumas lojas, um ATL e um parque de estacionamento subterrâneo. Aos dois edifícios existentes foram acrescentadas quatro novas estruturas, duas delas de estrutura semitriangular. A conclusão resultou da colaboração entre a Câmara do Porto, o Instituto Nacional de Habitação, o Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado e a Fenache.

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