Islamista "pragmático" será primeiro-ministro palestiniano
Haniyeh, 46 anos, foi o cabeça de lista do Hamas às eleições de 25 de Janeiro em que os islamistas obtiveram uma maioria absoluta no parlamento palestiniano, com a promessa de combater a corrupção que marcou o poder da Fatah, grande derrotada.
O nome de Haniyeh deverá ser hoje apresentado ao presidente palestiniano, Mahmoud Abbas (Abu Mazen), quando o novo parlamento tomar posse.
Ontem, o antigo ministro Saeb Erekat disse que Abbas vai pedir ao Hamas que respeite os acordos de paz assinados até agora e cesse a violência, embora não vá pedir, explicitamente, o reconhecimento do Estado de Israel.
O Hamas anunciou que espera apresentar a sua equipa governamental no início de Março e que anunciará um programa político "não necessariamente de acordo com as ideias de Abbas", o que pode, segundo analistas israelitas, provocar "uma crise política".
As autoridades de Telavive deixaram ontem claro que impedirão a entrada em território israelita de trabalhadores e bens palestinianos provenientes da Faixa de Gaza e que imporão duras sanções económicas, se um governo dominado pelo Hamas for empossado.
Impedir o acesso a Israel será devastador para a debilitada economia de Gaza, que depende muito das exportações para o Estado judaico. A proibição de entrada de trabalhadores deixará muitas famílias sem sustento.
Na quarta-feira, Israel ameaçara com a suspensão da transferência de 600 milhões de dólares anuais de impostos e taxas que cobra em nome dos palestinianos. Esse dinheiro é vital para pagar a 140 mil funcionários públicos - 40 por cento dos quais são membros das forças de segurança e estão armados.