O Clube Safo tem por objectivo apoiar e defender os direitos das mulheres lésbicas. Para tal, realiza (ou associa-se a) iniciativas políticas, sociais ou culturais que promovam e reforcem "a criação de uma identidade lésbica positiva", ao mesmo tempo que intervém "social e politicamente sobre todas as formas de discriminação, nomeadamente sobre as mulheres e mais especificamente sobre as lésbicas", pode ler-se no site da associação.Criado em 1996 por "um pequeno grupo de lésbicas", mas só desde 2002 formalmente constituído como associação, o Clube Safo conta já com 160 sócios - "unidos por um objectivo comum e não por uma característica comum", precisou ao PÚBLICO Eduarda Ferreira, membro da direcção da associação, a única em Portugal vocacionada especificamente para a temática lésbica.
O grupo fundador deparou-se com a "necessidade da criação de um espaço de diálogo e partilha", indica o site do Clube. "Normalmente, nos movimentos conjuntos LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais], os direitos das lésbicas não são muito defendidos, como os direitos das mulheres na sociedade em geral", explicou Eduarda Ferreira.
Em 2002, o Clube Safo foi responsável pelas primeiras Jornadas Lésbicas em Portugal, em colaboração com o Instituto Superior de Psicologia Aplicada. Cooperação esta que se mantém, concretizando-se, no próximo dia 18 de Fevereiro, na realização das 12 Horas do Filme Lésbico, que vai mostrar, entre outras, películas como 8 Mulheres, de François Ozon, Tipping the Velvet, de Geoffrey Sax, A Partilha, de Daniel Filho, e Lost and Delirious, de Léa Pool.
As Jornadas Lésbicas, realizadas em 2002, vão repetir-se no próximo ano, adiantou Eduarda Ferreira.
Entre as actividades da associação conta-se a realização de acções de formação e informação, nomeadamente nas escolas, com as quais existe uma "colaboração pontual" e acções de sensibilização sobre orientação sexual. O Clube Safo publica ainda, de dois em dois meses, o boletim Zona Livre.
Para breve, mais concretamente no dia 25 de Fevereiro, está marcado um encontro nacional (a associação realiza três a quatro por ano) dedicado à temática Que direitos? Que reivindicações? - em que será questionada a inclusão dos direitos das lésbicas na agenda política, que recentemente ocupou o espaço mediático com o caso de Teresa e Lena, as primeiras lésbicas que se tentaram casar em Portugal.
A associação - que pedirá em breve para integrar o Conselho Consultivo da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, informou Eduarda Ferreira - subsiste com as quotas dos sócios, com receitas de algumas actividades e com financiamentos europeus para alguns projectos. Recentemente, o Clube Safo passou a ter uma direcção colegial, na qual a coordenação é rotativa. Sofia Branco
Clube Safo
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