Azinhaga dos Besouros: Associação Solidariedade Imigrante interpõe providência cautelar contra demolições

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As demolições recomeçaram ontem António Cotrim/Lusa

Paula Lemos, da associação, disse à rádio TSF que a organização está a tentar obter uma audiência com a Câmara da Amadora, nomeadamente com o presidente "ou com a vereadora Carla Tavares", responsável pelo pelouro da Habitação.

"Hoje pusemos uma providência cautelar. Já tínhamos vindo a recolher os processos dos habitantes aqui do bairro para ver se existem irregularidades no processo e se encetaram as demolições sem encontrarem soluções" para os casos das famílias sem alternativas, não abrangidas pelo Programa Especial de Relojamento (PER), explicou Paula Lemos.

Uma nova fase das demolições das habitações clandestinas do bairro arrancou ontem. Apesar dos protestos da Associação Solidariedade Imigrante e dos residentes, sete barracas foram ontem destruídas.

Adriana Correia, moradora do Bairro da Azinhaga dos Besouros que estava barricada no interior da sua barraca, saiu às 11h40, depois de duas horas de negociações com a polícia. A sub-comissária da PSP, Paula Monteiro, disse que a proprietária da casa não queria sair, mas que através de "um pequeno diálogo" percebeu que era inevitável a casa ir abaixo "e acabou por sair a bem".

A vereadora da Habitação na Câmara da Amadora garantiu ontem que as demolições nos bairros clandestinos do concelho vão continuar, mas afirmou-se disponível para ajudar os moradores excluídos do PER a encontrar alternativas. "Há mais demolições previstas, não só na Azinhaga dos Besouros mas nos restantes 23 bairros do concelho, e irão continuar a acontecer diariamente", disse Carla Tavares.

Segundo dados do município, 6553 famílias estão por realojar no âmbito do PER na Amadora, 27 das quais na Azinhaga dos Besouros.

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