Presépio da Madre de Deus à espera de restauro
O mais antigo presépio barroco português que chegou à actualidade (a primeira referência é de 1754, mas tudo indica que foi construído no início do século), está há quase 200 anos guardado e não se prevê que possa ser visto em breve pelo público. "Está há mais tempo desmontado do que no convento", diz Alexandre Pais, historiador de arte e técnico do Instituto Português de Conservação e Restauro, que acompanhou os trabalhos de restauro dos 50 núcleos de figuras do presépio encomendado pelo convento feminino da Madre de Deus. Executado por Dionísio Ferreira e pelo seu filho, António Ferreira, este presépio e o da Basílica da Estrela são considerados os mais importantes do barroco português. O restauro tinha em vista colocar o presépio no seu local de origem ainda no Natal de 2004, mas tal não aconteceu. A diminuição da sala onde a encenação da Natividade estava originalmente e a necessidade de arquitecturar um novo estrado para colocar as figuras, não existindo quaisquer informações sobre o original, o que implica algum risco, são as razões apontadas para o projecto não avançar. "Tudo isto é exequível, mas implica custos", explica Alexandre Pais. Actualmente, apenas quatro figuras estão expostas no convento (como a Sagrada Família e um núcleo de anjos a tocar órgão), permanecendo as restantes guardadas no Museu Nacional do Azulejo.