Condenado por fraude fiscal Tapie escapa à prisão

Decisão técnica do tribunal salva-o de ser encarcerado

A sorte continua a bafejar Bernard Tapie. Depois de ter ganho uma indemnização recorde de 135 milhões de euros no caso Adidas, num processo recente, o antigo empresário, ex-ministro e antigo patrão do clube de futebol Olympique de Marseille, foi condenado ontem por fraude fiscal a três anos de prisão. Mas uma decisão técnica do tribunal salva-o do encarceramento. O veredicto obriga Bernard Tapie a cumprir oito meses firmes, concedendo-lhe 28 meses de pena suspensa. Mas o juiz decidiu juntar este julgamento a dois outros processos anteriores em que Bernard Tapie tinha sido condenado. Como a lei francesa não autoriza a acumulação de penas em processos múltiplos (se o arguido é condenado diversas vezes neste tipo de processos, cumpre unicamente a pena mais longa), o antigo empresário está automaticamente livre da prisão nesta sentença por fraude fiscal.
Em Junho de 1997, Bernard Tapie foi condenado uma primeira vez por fraude fiscal a 12 meses de prisão com pena suspensa e seis meses de prisão firme. Dois anos antes, tinha sido encarcerado durante oito meses, no âmbito de um caso de corrupção num jogo de futebol entre o Olympique de Marseille e o Valenciennes. Desta feita, a justiça considerou-o culpado de não ter pago impostos de 7,1 milhões de euros relativos a 1992 e 1993, anos em que os seus rendimentos foram avaliados em 14,6 milhões de euros.

Falência fraudulentaMas este não foi o último episódio judiciário na vida atribulada de Bernard Tapie. O antigo presidente do grupo Adidas é acusado de falência fraudulenta no âmbito da liquidação da sua holding Bernard Tapie Finance, em 1993. O processo está marcado para Outubro de 2006.
Até lá, o ex-ministro da Cidade vai ter um prémio inesperado: a justiça considera que fez um erro no cálculo da indemnização do caso Adidas, e vai aumentar consideravelmente esta quantia. Tapie provou que o banco Crédit Lyonnais, a quem encarregara de vender a Adidas quando entrou no governo, o tinha roubado burlado nesta venda.

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