Grã-Cruz da Ordem da Liberdade para Mário Cesariny
Mário Cesariny, poeta e pintor, foi ontem agraciado, em Lisboa, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, a mais alta condecoração oficial do Estado português, que lhe foi entregue, ao início da noite, pelo Presidente da República. Jorge Sampaio deslocou-se, de propósito, a casa daquele que é um dos principais representantes do Surrealismo português para lhe fazer a outorga da distinção. Cesariny recebeu, na mesma altura, o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (APE), atribuído "pelo seu percurso literário e pelo fulgor e percurso artístico que tem demonstrado até hoje". Meio afónico, à saída da casa do poeta, o Presidente da República classificou-o como "um artista, um lutador pela liberdade, antes e depois do 25 de Abril", sem querer referir qualquer título da sua obra literária em particular, e preferindo elevar a generalidade de uma obra e carreira únicas. Já o director da APE, José Manuel Mendes, disse ter-se "celebrado um percurso autoral de raro esplendor, no contexto da literatura portuguesa, e uma personalidade que é actualmente uma referência cimeira para muitas gerações de leitores". David Mariano