Morreu o ideólogo da "perestroika" e da "glasnost"
O ideólogo da perestroika (reestruturação) e da glasnost (transparência) , Alexandre Iakovlev, faleceu ontem aos 82 anos de idade vítima de uma grave e longa doença, informou a Fundação Democracia, de que era director.Historiador e antigo membro do bureau político do Partido Comunista da União Soviética, Iakovlev entrou na história como o pai do processo de abertura informativa impulsionado sob a direcção do reformador Mikhail Gorbatchov, o último Presidente soviético.
Alexandre Iakovlev começou a sua carreira no Partido Comunista da União Soviética (PCUS) nos anos 50 do séc. XX, mas alguns "desvios ideológicos" (oposição a tentativas de reabilitação do ditador Estaline) fizeram com que caísse em desgraça, que se manifestou na sua nomeação para embaixador soviético no Canadá em meados dos anos 70.
Iakovlev regressou à política na URSS pela mão de Mikhail Gorbatchov, quando este foi eleito secretário-geral do Partido Comunista. Em 1986, é nomeado secretário do comité central do PCUS e, no ano seguinte, eleito membro do bureau político.
Foi nestes cargos que Iakovlev abriu caminho à liberdade de expressão na União Soviética, tendo de enfrentar uma forte resistência dos ortodoxos comunistas.
Entre Dezembro de 1972 e Março de 1995, foi director do Ostankino, primeiro canal da televisão russa. Depois, presidiu à Comissão para Assuntos das Vítimas das Purgas Políticas da era estalinista, criada na época de Gorbatchov e, actualmente, sob a direcção directa do Presidente da Rússia.
Em 1989, Iakovlev, veterano da Segunda Guerra Mundial, confirmou a existência do pacto de Molotov-Ribbentrop, documento pelo qual Hitler e Estaline dividiram a Polónia e três Estados do Báltico: Estónia, Letónia e Lituânia, mas que as autoridades comunistas esconderam durante anos. José Milhazes, Moscovo