Centro Cultural Vila Flor A cultura em Guimarães ganhou um novo espaço
Obra custou quase 15 milhões de euros. Madredeus na inauguração
Os Madredeus inauguram esta noite o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), estrutura há muito reclamada pelo desenvolvimento cultural verificado em Guimarães. O projecto é do arquitecto Fernando Seara Sá, natural da cidade, e a obra custou 14,7 milhões de euros. O grupo vai apresentar o seu último trabalho, Faluas do Tejo, espectáculo integrado na digressão Um Amor Infinito. A presidir à cerimónia oficial, agendada para as 19h, estará a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima.
A Câmara Municipal de Guimarães, financiadora integral do projecto, pretendia um espaço de grandes dimensões, capaz de albergar espectáculos de envergadura, que não vinham à cidade por falta de condições técnicas compatíveis, e, a partir de hoje, esse é apenas mais um obstáculo transposto, enfatiza Francisca Abreu, vereadora da Cultura.
O centro inclui um grande auditório com capacidade para 800 pessoas, um pequeno auditório de 200 lugares e uma área expositiva de mil metros quadrados, e tem condições para acolher espectáculos de música acústica e electroamplificada, teatro, bailado, dança e até ópera. Com o novo equipamento, a cidade pretende integrar "circuitos culturais nacionais e internacionais". Equipado com um fosso de orquestra e palco versátil, o grande auditório foi ainda concebido para a projecção de filmes e será utilizado pelo Cineclube de Guimarães.
Com uma vista panorâmica sobre a cidade "sempre garantida", abarcando simultaneamente o Castelo e o Paço dos Duques, o Palácio de Vila Flor é, "sem dúvida, um local privilegiado", ressalta Francisca Abreu.
Da antiga Quinta de Vila Flor, que pertenceu a Tadeu Fonseca, fidalgo do século XVIII, mantêm-se intactos os jardins desdobrados em quatro patamares, recuperados para receber exposições e onde foi instalada uma esplanada. A revitalização da fachada, levada a cabo de forma a preservar o traço característico do imóvel, completa os elementos do palácio que remontam à sua antiga origem.
Já na posse dos condes de Arrochela, Vila Flor viria a acolher, em 1853, a rainha D. Maria II, na visita que determinou a elevação a cidade da então vila de Guimarães. Depois de adquirido pela autarquia, em 1976, aí ficou instalada a Universidade do Minho, uma academia de música e uma oficina de teatro, que alteraram de forma irrecuperável o seu interior. A actual renovação transformou o edifício em área expositiva e sede da assembleia municipal.
As restantes valências, que além dos auditórios incluem restaurante e café-concerto, foram construídas de raiz no terreno adjacente à fachada sul do palácio. "Em Guimarães, a cultura tem espaço", resume o cartaz de apresentação da instituição.