A sala, recentemente encerrada por falta de público, reabre no próximo dia 15

O cinema do centro comercial Oita, em Aveiro, vai reabrir no próximo dia 15. O espaço que era explorado pelo produtor Paulo Branco e que foi encerrado há alguns meses, passará a ser dinamizado pelo Cineclube de Aveiro. A sala regressará assim à sua actividade regular, dando continuidade à aposta em obras europeias e de carácter experimental. As sessões terão lugar todos os dias às 22h00, segundo uma política de preços mais acessível do que a do circuito comercial. Sara Barrios, do Cineclube de Aveiro, não revela que filme será exibido no cinema do Oita, no próximo dia 15, mas garante que a partir dessa data a antiga sala voltará a ser palco de cinema durante toda a semana, "com filmes a entrarem à quinta-feira e a saírem à quarta-feira".
"Fazemos programação no Teatro Aveirense à quarta-feira e, embora o número de espectadores tenha crescido, nem toda a gente pode. A quarta-feira é uma alternativa", comenta Sara Barrios, frisando que "a oportunidade para o público é maior se o filme estiver em exibição uma semana inteira no Oita".
E "há um público cada vez mais culto em termos de cinema", assegura esta responsável do cineclube que alugou o espaço até agora encerrado. "Os primeiros seis meses vão ser de clara aposta na criação e manutenção da sala, para o que contamos com o apoio financeiro da Câmara de Aveiro, que nos ajudará a suportar os custos com funcionários e aluguer", afirma Sara Barrios, referindo que as sessões de cinema no antigo centro comercial serão praticadas a preços mais baixos do que o habitual, contemplando reduções específicas para sócios do cineclube e estudantes.

"Uma sala atractiva aopatrocínio das empresas"
A sessão que marcará o regresso do cinema à actividade será de "entrada gratuita". "As pessoas só terão que levantar os convites, devido à lotação da sala", explica Sara Barrios, revelando ainda que a exibição do filme deverá ser antecedida por "uma pequena sessão de abertura". "Queremos que as pessoas se habituem a ir ao cinema, façam propostas e comentem os filmes", diz a responsável, acrescentando: "Recuperamos uma sala emblemática, que assim não acabará por ficar obsoleta como a do 2002, que não tem qualquer utilidade".
"As pessoas estão habituadas ao cinema do Oita", continua Sara Barrios, recordando que o processo negocial que conduziu à reabertura do espaço localizado na principal avenida de Aveiro "foi complicado pelos valores monetários envolvidos". "O apoio da autarquia foi fundamental e a nossa ideia é que a sala se torne também atractiva ao patrocínio das empresas de Aveiro", adianta ainda esta responsável do cineclube.

Aposta em público daUniversidade de Aveiro
"Perdemos o cinema alternativo regular, tínhamos que intervir. Se entendemos que uma manifestação cultural é importante, mas o mercado não dá resposta a essa necessidade, cabe à câmara intervir", introduz o vereador da Cultura de Aveiro, Pedro Silva, desejando que o exemplo "sirva de estímulo a outras autarquias, pela importância que o cinema alternativo tem". "Optimista" relativamente à resposta do público, Pedro Silva considera que o antigo processo de comunicação do cinema "revelava algum défice, nomeadamente em termos de captação de pessoas mais novas".
"A Universidade de Aveiro tem um potencial de público impressionante", sublinha o vereador da Cultura, seguro de que o cineclube da cidade fará "uma aposta grande de divulgação junto do público mais jovem, com modos de comunicação rigorosamente diferentes dos anteriores". "E o público responderá às necessidades económicas", conclui Pedro Silva, a propósito da nova etapa da vida da sala do centro comercial Oita.