"Fazíamos tudo para honrar o imperador: as violações, os massacres, tudo"
Para aqueles que sobreviveram a horrores da guerra como a Violação de Nanquim (em 1937, um raide infernal do Exército japonês que durou três meses e se saldou na morte de 300 mil chineses) é difícil encontrar algum consolo nos repetidos pedidos de desculpa japoneses. "Fazíamos todo para honrar o imperador: as violações, os massacres, tudo", contou Masayo Enomoto, um antigo soldado japonês que esteve em Nanquim, numa recente entrevista a uma televisão norte-americana. "Entrávamos numa aldeia, encontrávamos os homens, fazíamos os interrogatórios para saber onde escondiam as suas armas. E quando terminávamos os interrogatórios, matávamo-los. Diziam-nos que as nossas espadas eram boas de mais para matar chineses. Por isso usávamos pedras", conta Hajime Kond, outro ex-soldado japonês citado no Asia Times Online. No Japão, os jornais contavam as proezas do seu Exército. Como esta: dois tenentes japoneses, Mukai Toshiaki e Noda Takeshi, lançaram-se em campanhas separadas de decapitação perto de Nanquim para ver quem conseguia matar primeiro cem chineses. O Japan Advertiser em Tóquio publicou a foto dos dois com uma manchete arrepiante. "Concurso para matar cem chineses com espada foi prolongado quando os dois combatentes excederam a fasquia - Mukai somou 106 e Noda 105."