Sindicatos de polícia garantem que boicote às multas teve grande adesão

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Os agentes optaram por acções pedagógicas em vez de aplicar multas Paulo Pimenta/PÚBLICO

"Houve uma grande adesão dos profissionais da PSP à campanha", afirmou Alberto Torres, representante da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), sublinhando a "grande compreensão dos cidadãos" em relação à iniciativa, que passou por trocar a aplicação de multas por acções pedagógicas.

De acordo com o dirigente sindical, mais do que diminuir o número de multas passadas, o objectivo da campanha, que decorreu desde 20 de Julho, foi "chamar a atenção da opinião pública para os grandes problemas que afectam os profissionais das forças de segurança".

"A campanha decorreu cumprindo escrupulosamente as leis do país. A prevenção está prevista nos estatutos. Fizemos o que estamos obrigados por lei", afirmou o representante sindical, acrescentando que os profissionais "respeitaram todas as operações marcadas pelos responsáveis máximos das diferentes forças de segurança".

SPP garante diminuição das receitas provenientes das multas

Por seu lado, António Ramos, do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP), afirmou que houve uma "grande adesão" a esta campanha. A participação foi "tanta que a direcção nacional da PSP teve de fazer “operações stop” por todo o país, e aí o pessoal não se pode recusar” a passar multas, afirmou o dirigente, garantindo que a iniciativa provocou uma redução nas receitas provenientes das multas: "O Governo que faça as contas, que vai ver".

Também José Manageiro, da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), destacou o "forte acolhimento a esta iniciativa por parte dos cidadãos, que mostraram uma grande solidariedade para com esta luta em defesa dos direitos e dignidade profissional que têm sido ameaçados".

O responsável salientou que esta campanha pretendeu dirigir acções de sensibilização aos transgressores, acrescentando que "os profissionais sempre tiveram o máximo cuidado para que o cidadão não saísse penalizado".

Sem adiantar números quanto à adesão dos guardas, José Manageiro afirmou que "os novos elementos da GNR têm uma outra disponibilidade para lutar pelos seus direitos", remetendo a divulgação desses dados "para quem é responsável por este processo de luta".

A Lusa tentou obter reacções do Comando Geral da GNR e da Direcção Nacional da PSP, que remeteram quaisquer comentários para amanhã.

Os sindicatos de polícia estão em luta depois de o Ministério da Administração Interna (MAI) lhes ter apresentado propostas de alteração ao regime de assistência na doença, de congelamento do tempo de serviço para efeito de progressão nos escalões, de congelamento do aumento sobre os subsídios para 2006 e de alteração do sistema de aposentação e pré-aposentação.