Guiné-Bissau: Governo português acompanha crise com "natural preocupação"
"A crise que se desenvolve na Guiné-Bissau tem vindo a acentuar-se e, por conseguinte, temos que acompanhar o que lá passa, responsavelmente e com natural preocupação", disse.
O ministro da Defesa falava aos jornalistas no final das cerimónias comemorativas do Dia das Forças Armadas Portuguesas, hoje realizadas em Estremoz, salientando a atenção do Governo relativamente à "crise" na Guiné-Bissau.
Na capital do país, Bissau, verificaram-se ontem confrontos entre a polícia e apoiantes de Kumba Ialá, de que resultaram em quatro mortos, cinco feridos e 12 detidos.
Os confrontos "estalaram" durante uma manifestação de apoiantes de Kumba Ialá, candidato do Partido da Renovação Social (PRS), descontentes com os resultados das presidenciais de dia 19 de Julho, que colocaram Ialá fora de uma segunda corrida eleitoral.
Segundo afirmou hoje o ministro Luís Amado, o Governo de José Sócrates está a acompanhar estes incidentes "com preocupação", já que a Guiné-Bissau "é um País com o qual Portugal tem grandes afinidades" e onde reside "uma comunidade portuguesa muito importante".
O governante explicou que esse acompanhamento está a ser feito através do ministério dos Negócios Estrangeiros e da embaixada de Portugal em Bissau.
"O Governo acompanha os acontecimentos na Guiné- Bissau há muito tempo", lembrou também Luís Amado.
As comemorações do Dia das Forças Armadas Portuguesas foram presididas pelo Chefe de Estado, Jorge Sampaio, e contaram também com a presença do primeiro-ministro, José Sócrates, e das principais autoridades civis, militares e religiosas do País.
Quanto à situação na Guiné-Bissau, depois dos dados provisórios, a Comissão Nacional de Eleições divulgou hoje os resultados definitivos e oficiais das presidenciais.
A segunda volta das presidenciais vai ser disputada entre Malam Bacai Sanhá - apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), no poder - e o candidato independente João Bernardo "Nino" Vieira.