Apesar desta iniciativa, já esperada por Lisboa, o presidente em exercício da União Europeia, Jean-Claude Juncker, classificou de "corajosas" as medidas adoptadas pelo Governo português para corrigir o défice orçamental, o maior dos 25.

"Penso que a reacção do Governo português é muito corajosa", disse Jean-Claude Juncker no final de uma reunião dos ministros das Finanças europeus realizada hoje, no Luxemburgo.

Para o também primeiro-ministro e ministro das Finanças do Luxemburgo, as medidas avançadas por Lisboa "demonstram uma vontade real de corrigir a situação" de desequilíbrio das contas do Estado.

A Comissão Europeia anunciou também hoje a abertura de um processo por défice excessivo contra a Itália, pelo facto de o défice público do país ter ultrapassado em dois anos consecutivos o limite máximo de três por cento do PIB fixado pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento.

A actuação do Governo de Roma foi hoje criticada por Jean-Claude Juncker, que atribuiu o desequilíbrio das contas de Itália “à gestão interna” e recusou a acusação de ausência de vigilância por parte da Comissão Europeia.

Os responsáveis pelas Finanças da Zona Euro analisaram situação orçamental dos três países da UE com maiores défices (Portugal, Itália e Grécia) e também de outros três que já estão numa fase adiantada de preparação do orçamento para o próximo ano (Aústria, Holanda e Alemanha).

Os ministros das Finanças da Zona Euro deverão pronunciar-se sobre os procedimentos contra Portugal e Itália na reunião de 11 e 12 de Julho.