Associações unidas contra homofobia manifestam-se dia 15 no Rossio de Viseu

Associações que promovem a acção "Stop Homofobia" chamam a atenção para o facto de a discriminação por orientação sexual ser uma questão política

No próximo dia 15, o Rossio de Viseu será palco de uma concentração de protesto, denominada "Stop Homofobia", organizada por 14 associações, entre as quais se encontram a Amnistia Internacional, as Panteras Rosa, a ILGA-Portugal, o SOS Racismo, o Clube Safo, a APAV ou a associação de Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra. Para esta tarde está agendada uma conferência de imprensa com representantes destes colectivos no auditório do Instituto Português da Juventude, em Viseu. Esta iniciativa surge na sequência da recente denúncia da prática reiterada de agressões a vários cidadãos e da ausência de empenho por parte das autoridades policiais de Viseu para investigar os casos de violência. Segundo a PSP, e de acordo com uma notícia publicada no Diário de Notícias, foram apresentadas somente quatro queixas por parte das vítimas. A ILGA - Portugal enviou já uma carta ao ministro da Administração Interna, António Costa, solicitando a abertura de um inquérito sobre a eventualidade de existir "cumplicidade as autoridades policiais e os agressores", disse ao PÚBLICO Paulo Corte-Real, membro da ILGA. Contudo, o ministro "ainda não deu qualquer resposta."
A acção do dia 15 pretende não apenas denunciar os actos de discriminação por orientação sexual que ainda grassam pelo país, mas também chamar a atenção para o facto de esta matéria estar consagrada nos direitos constitucionais. "É muito difícil que um agente político ou organização oficial assuma isto como uma questão política", afirma Sérgio Vitorino, das Panteras Rosa.
A concentração de protesto em Viseu acontece dois dias antes do Dia Mundial Contra a Homofobia, que, apesar de ainda não ter sido reconhecido pelas Nações Unidas, é celebrado um pouco por todo o mundo. No dia 17, elementos de várias associações LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trangéneros) e da Marcha Mundial das Mulheres vão entregar ao presidente da Assembleia da República, aos partidos com assento parlamentar e ao Governo uma petição que pede o reconhecimento deste dia simbólico. Segundo Paulo Corte-Real, o "site" que foi aberto para recolher assinaturas (www.petitiononline.com/idaho) já reuniu cerca de nove mil subscritores. "A ideia é pressionar os governos de vários países para que a ONU reconheça o Dia Mundial Contra a Homofobia", explica. Também no dia 17, será realizado na FNAC do Chiado um debate sobre a homofobia, promovido pela ILGA e pela associação cultural Janela Indiscreta. À noite serão projectados, num local público de Lisboa (ainda por confirmar), diversos vídeos sobre as agressões de que foram alvo manifestantes de marchas LGBT. M.J.O

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