“Brigadas de Mártires ajam com a bênção de Alá. Não deixem em pé uma única coluna ou posto de controlo e transformem as noites deles em dia”, afirma a voz, semelhante à ouvida noutras gravações atribuídas a Zarqawi.

“Passaram dois anos desde que Bagdad caiu nas mãos dos cruzados e até ao momento eles não ganharam nada senão derrota e vergonha”, afirma o autor da mensagem, acrescentando que “os adoradores da cruz não conseguiram nenhum dos objectivos a que se propuseram: o controlo da nação muçulmana e o domínio do Estado sionista do Nilo ao Eufrates”.

Sustentando que os ataques levados a cabo pela Jihad “são a pedra que partiu a arrogância do poder americano”, o autor da mensagem adverte a resistência sunita contra qualquer negociação com o novo Governo, novamente classificado de “apóstata”, ou com os americanos.

“Prometemos a Alá que Bush não terá um momento de paz e o seu Exército não terá vida fácil enquanto os nossos corações baterem”, afirma a mesma voz, que se identifica como sendo Al-Zarqawi.

A gravação parece ter sido efectuada no mês passado, já que, a determinada altura, a voz se refere a uma notícia publicada na imprensa no dia 19 de Março, fazendo depois uma referência “ao mês corrente”.

No início desta semana, o chefe do Estado-maior norte-americano, o general Richard Myers, admitiu que os ataques terroristas aumentaram nas últimas semanas para valores semelhantes aos registados há cerca de um ano, atribuindo esse aumento à indefinição política vivida em Bagdad.

Na mesma altura, o general Myers afirmou que Zarqawi – por cuja captura os EUA oferecem 20 milhões de dólares – escapou por pouco aos militares norte-americanos, confirmando uma informação avançada pela televisão norte-americana, que noticiara que o jordano terá conseguido fugir ao cerco que lhe foi montado a 20 de Fevereiro na região de Ramadi.

O grupo de Zarqawi, que em 2004 anunciou ter jurado lealdade a Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda, reivindicou os atentados mais sangrentos ocorridos nos últimos dois anos no Iraque. Esta gravação, cuja autenticidade não é possível confirmar, é divulgada no mesmo dia em que uma série de atentados no Iraque provocou 24 mortos e perto de 70 feridos.