Benfica vai dar descontos e quer ter 200 mil sócios
Novo cartão de sócio foi apresentado e pode gerar mais 10 milhões de euros já na próxima época, segundo os responsáveis benfiquistas
O Benfica apresentou ontem o novo cartão de sócio, concretizando uma promessa eleitoral do presidente, Luís Filipe Vieira. Na Luz, espera-se que o projecto leve à adesão de mais 100 mil sócios ao clube (levando os "encarnados" a atingir os 200 mil associados) e calcula-se que já em 2005/06 proporcione 10 milhões de euros, valor que se estima poder ascender aos 20 milhões na temporada seguinte.O novo cartão de sócio - que não funcionará como cartão de crédito - irá somente proporcionar descontos. Quatro parceiros estratégicos (por enquanto apenas foi revelado a gasolineira Repsol, que oferecerá 3 cêntimos de desconto em cada litro nos postos aderentes) funcionarão como principais chamarizes - em fase final de negociação estão parcerias com uma cadeia de supermercados, um operador de telecomunicações e uma instituição financeira. Para além disso, o novo cartão benfiquista disponibilizará ainda descontos em lojas de 50 cadeias de dimensão nacional e ainda em cinco mil estabelecimentos de comércio de dimensão regional.
Os actuais sócios - que de acordo com os números ontem revelados pelo Benfica são aproximadamente 95.000 - apenas terão que suportar os custos de produção do novo cartão, beneficiando dos respectivos descontos. Para aqueles que os responsáveis "encarnados" querem que sejam os novos sócios - oriundos de um universo de 5 milhões de adeptos só em Portugal - o valor a pagar é de 55 euros, que corresponderão a um determinado período de quotas, à jóia e, a quem aderir ao débito em conta, a dois bilhetes para jogos da SuperLiga e uma visita ao estádio.
Dez milhões de euros com vendas de jogadores
O novo cartão de sócio é apenas a vertente mais visível do projecto Mais 100 anos de gloriosos, que assenta no sucesso desportivo e no equilíbrio financeiro.
Se no primeiro capítulo, a possibilidade de conquista do título de campeão nacional e de conquistar um lugar na Liga dos Campeões é fundamental, no segundo capítulo os responsáveis benfiquistas assumem que querem assegurar uma receita de 10 milhões de euros anualmente com a venda de jogadores.
A reestruturação da dívida do clube é outro dos pilares para a obtenção do equilíbrio financeiro desejado. Os dirigentes "encarnados" vão decidir entre a reformulação do project finance que atinge um valor de 45 milhões de euros - hipotecando as receitas publicitárias nos próximos 6/7 anos - ou a formalização de um novo modelo de financiamento no valor de 150 milhões de euros, que substituirá os empréstimos contraídos pela Benfica Estádio e a SAD, protelando o pagamento para os próximos 20 anos.
Já renegociada está a dívida de 24 milhões de euros com a Somague, empresa construtora do novo Estádio da Luz. O Benfica irá pagar o valor em falta nos próximos cinco anos.