Mónaco despediu-se ontem de Rainier III

Centenas de representantes de casas reais e responsáveis políticos no funeral do príncipe. Jaime Gama foi em nome de Portugal

Solenes e minuciosamente preparadas - assim foram as exéquias do príncipe Rainier III do Mónaco, falecido no passado dia 6, que ontem tiveram lugar no principado. A assistir às cerimónias estiveram 18 monarcas em exercício, dez chefes de Estado, centenas de representantes de casas reais e diversos responsáveis políticos. Portugal fez-se representar pelo presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.Entre as 10h00 e as 11h00, as individualidades desfilaram pelo palácio para prestar a última homenagem ao príncipe, de 81 anos, e apresentar condolências à família Grimaldi. Frente aos restos mortais de Rainier, que dirigiu os destinos do Mónaco durante 56 anos, passaram personalidades como o príncipe André de Inglaterra, o rei Juan Carlos de Espanha, o rei da Bélgica, Alberto II, a rainha Sonja da Noruega. O presidente francês, Jacques Chirac, também esteve presente.
O cortejo fúnebre entre o palácio e a Catedral do Mónaco - a mesma onde Rainier casou, há 49 anos, com a actriz Grace Kelly - foi depois cumprido a pé.
A urna com os restos mortais do príncipe saiu do palácio transportada por dez carabineiros. O percurso até ao templo foi o momento mais solene da cerimónia. O cortejo arrancou ao som da marcha fúnebre de Beethoven - escolhida pela filha mais velha do príncipe, a princesa Carolina - e depois de 36 tiros de canhão terem anunciado a morte de um membro da família Grimaldi.
Os três filhos de Rainier - Alberto, o novo soberano do Mónaco, Carolina e Stéphanie - caminhavam imediatamente atrás do caixão. As duas princesas usavam mantilhas negras sobre a cabeça. Os três filhos de Carolina - Andrea, Charlotte e Pierre - seguiam-nos. Odin, o cão de Rainier, também participou no cortejo.
Os cerca de duzentos metros que separam o palácio da catedral estavam pejados de monegascos, muitos vestidos de negro e empunhando rosas brancas e vermelhas, as cores do principado. A cidade do Mónaco estava, àquela hora, praticamente deserta: as lojas estavam fechadas e quase não havia carros nas ruas. Nas janelas, bandeiras do Mónaco a meia haste, envoltas numa fita negra.
Na catedral, a missa foi presidida pelo arcebispo do Mónaco, Bernard Barsi, que enalteceu, durante a homilia, as qualidades de Rainier. "Para cada um de nós, o príncipe foi certamente o soberano do Estado mas também um amigo, um membro da nossa família", disse.
A inumação de Rainier estava prevista apenas para a noite de ontem, numa cerimónia privada. O príncipe ficará sepultado na Catedral do Mónaco, ao lado de Grace Kelly, que morreu em 1982, num acidente de viação. Com Agências

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