Guterres diz que candidatura a Alto Comissário para os Refugiados é "um dever"

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António Guterres faz parte da lista de oito candidatos ao cargo das Nações Unidas Manuel de Almeida/Lusa

"É meu dever pôr a minha experiência e informações ao serviço da defesa dos direitos dos refugiados", declarou o presidente da Internacional Socialista no final da sessão de lançamento do jornal "Courrier Internacional", em Lisboa.

Além de Guterres, estiveram presentes na sessão de lançamento do "Courrier Internacional", que terá como director o jornalista Fernando Madrinha, o primeiro-ministro, José Sócrates, o presidente do Grupo Impresa, Pinto Balsemão, e o ex-chefe de Estado Mário Soares.

António Guterres faz parte da lista de oito candidatos ao cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados e, segundo disse, será ouvido em entrevista, em Nova Iorque, pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, dentro de dez dias.

Interrogado pelos jornalistas, o ex-primeiro-ministro disse não estar "nem optimista nem pessimista" em relação ao cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

"O meu único objectivo é pôr no terreno aquilo que me motivou para a actividade política. Foi a experiência nos bairros degradados de Lisboa nos anos 70 e a intervenção social que me fizeram despertar para a política", declarou Guterres.

O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, José Sócrates, recusou depois que a eventual escolha de Guterres para o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados constitua "uma dor de cabeça" para os socialistas, tendo em vista a apresentação de um candidato à Presidência da República.

"Isso veremos mais tarde", respondeu Sócrates, após ser interrogado sobre a escolha do PS nas eleições para a Presidência da República.

O primeiro-ministro sublinhou que, se António Guterres for escolhido para o lugar de Alto Comissário, "o país ganhará a presença de um português num alto cargo internacional".

Após elogiar as qualidades "políticas e humanas" do actual presidente da Internacional Socialista, Sócrates frisou ainda que, ao aceitar esta candidatura, António Guterres demonstrou "espírito de serviço".

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