A comunidade curda representa entre 15 e 20 por cento da população iraquiana e sempre foi perseguida pelos diferentes regimes que passaram pelo país, particularmente o de Saddam Hussein, que não hesitou em mandar gasear cerca de cinco mil curdos em 1988, em transferi-los à força ou a lançá-los no exílio.

O chefe de Estado cessante, o sunita Ghazi al-Yauar, e o ministro das Finanças cessante, o xiita Adel Abdel Mahdi, foram eleitos vice-presidentes na lista de Talabani. Não havia outros candidatos para estes postos, cuja nomeação foi negociada pelos representantes das listas xiita e curda e pelos políticos sunitas.

Estes três nomes obtiveram votos favoráveis de 228 dos 275 deputados, dos quais 29 votaram em branco.

Os três membros do Conselho Presidencial prestarão juramento amanhã, anunciou o presidente do Parlamento, Hajem al-Hassani.

Talabani, de 72 anos, e os seus adjuntos ficarão depois com a missão de nomear um primeiro-ministro, que deverá formar o seu Governo antes de o apresentar ao Parlamento. Todos estes cargos durarão apenas até às próximas eleições gerais, previstas para Dezembro.

"Prometo-vos fazer tudo o que estiver ao meu alcance para merecer a vossa confiança", disse o novo Presidente num discurso perante a Assembleia.

"Ouvirei as vossas propostas e executarei as vossas decisões e participarei com todas as forças na implantação de um regime democrático, que garanta a liberdade para todos e que possa eliminar o terrorismo criminoso, a corrupção e as ideias racistas de [Michel] Aflak", um dos fundadores do partido Baas, a que pertencia Saddam.

Depois do anúncio dos resultados da votação, os parlamentares aplaudiram Talabani, e o presidente da Assembleia, Hajem al-Hassani, felicitou o novo chefe de Estado, que é líder da União Patriótica do Curdistão.