Um homem só e sem filhos
Hans Christian Andersen, o mais célebre dos dinamarqueses, nasceu a 2 de Abril de 1805 em Odense, nunca casou nem teve filhos. Filho de uma família pobre - o pai era sapateiro -, partiu para Copenhaga aos 14 anos, depois da morte do pai. Dizem as biografias que o pai lhe contava histórias com a ajuda de um improvisado teatrinho de fantoches e que os primeiros anos foram tempos felizes.Em Copenhaga, onde não conhecia ninguém, Andersen tentou ser actor, cantor e bailarino. Mas acabou por ser como poeta - os primeiros poemas são de 1830 - e escritor que se torna conhecido. A ajuda de Jonas Collins, director do Teatro Real, revela-se fundamental. Consegue uma bolsa de estudo e entra na Universidade de Copenhaga em 1828.
Os primeiros contos para crianças, que incluíam as histórias O Pequeno e o Grande Claus e A Princesa e a Ervilha, e o primeiro romance,
O Improvisador, foram publicados em 1835. Obras às quais se juntaram mais contos infantis - num total de 156; de carácter biográfico, como História da Minha Vida, de 1847, e escritos de viagens.
Andersen viajou por vários países europeus: visitou várias vezes a Alemanha (a primeira foi em 1831), Suíça, França, Itália, Áustria, Inglaterra e Escócia, Suécia e Noruega. Esteve também na Grécia e nos Balcãs, em Espanha, em Marrocos e em Portugal. E nas viagens conheceu Victor Hugo, Franz Listz, Charles Dickens e Richard Wagner.
Pessoalmente, Andersen é tido como um homem "muito sensível às críticas e aos elogios, vaidoso de um modo quase infantil, dominado por complexos de todo o género" (Dicionário de Literatura Infantil, de António Garcia Barreto). Nas paixões - há três conhecidas - Andersen não foi um homem feliz. Ainda em vida teve uma estátua em Copenhaga, mas o escritor alemão Günter Grass escreveu, no Le Nouvel Observateur, que o escritor era "um homem só, infeliz no amor, sem família nem lar". Andersen morreu a 4 de Agosto de 1875, em Copenhaga. h.m.