Detido casal suspeito de lesar o Estado em onze milhões de euros
Em declarações à Lusa, fonte da Polícia Judiciária de Coimbra indicou que os suspeitos, uma mulher de 36 e um homem de 37 anos, terão criado nos últimos cinco anos pelo menos "sete empresas de material informático sedeadas em vários pontos do distrito de Viseu, com fins exclusivamente ilícitos".
"Suspeita-se que procediam à aquisição fictícia de material informático a empresas de Espanha que, por se tratar de um país da comunidade, era taxado a IVA de zero por cento. Mas depois iam obter reembolsos do IVA", adiantou a mesma fonte. A PJ procura agora apurar se o casal trabalharia sozinho ou no âmbito de alguma rede.
Através de "off-shores", os dois indivíduos "obtinham benefícios fiscais em sede de IVA e IRC", que terão lesado o Estado em cerca de onze milhões de euros.
De acordo com a PJ, os suspeitos "venderiam as cotas da sociedade a outros indivíduos, nomeadamente ligados ao mundo da toxicodependência, que não tinham património nenhum, ou a empresas 'off-shore' das quais os dois eram procuradores". Num procedimento conhecido como "blindagem do património", os toxicodependentes "seriam pagos para aceitar esta situação".
Durante a Operação "Chip-Out", a Judiciária diz ainda, em comunicado, ter apreendido um veículo de todo-o-terreno, vários computadores e vários documentos considerados de "especial relevância para a prova dos factos em investigação".
Depois de ouvidos em primeiro interrogatório judicial, os dois suspeitos ficaram obrigados à apresentação bi-semanal junto das autoridades e ao pagamento de cauções no valor de 25 mil e 50 mil euros.