Vírus não é dos mais agressivos

O foco de febre catarral ovina chegou a Portugal através de animais vindos de Espanha. Mas a origem da epidemia encontra-se No norte de África. A partir da Tunísia derivou, trazido pelas correntes aéreas, para a Península Ibérica, Itália e Balcãs. O insecto Culicoides é o vector da doença que se propaga através do vírus serotipo 4, um dos menos agressivos das 24 estirpes conhecidas causadoras da febre catarral. "Provoca apenas um ligeiro edema nos lábios e orelhas dos ovinos, que ficam febris durante uns dias. Mas se for feito tratamento com antibióticos o animal cura-se", garante Miguel Madeira, coordenador do Agrupamento de Defesa Sanitária (ADS) de Beja. O receio é que os animais venham a ser infectados pelo vírus serotipo 9, "que faz inchar a cabeça aos animais, provoca úlceras na boca, a língua incha e adquire a cor azul" que os impede de se alimentarem, prossegue Miguel Madeira, recordando que foi este o vírus causador do surto de febre catarral que afectou Portugal entre 1956 e 1959. A fase crítica da doença é no Verão, quando a temperatura ambiente ao final do dia e no crepúsculo - alturas em que o mosquito actua- for superior a 17 graus centígrados. C.D.

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