Os doces discos de chocolate e açúcar vão passar a ser distribuídos num hexatubo. Parece que o velho cilindro estava a tornar-se maçador

Existe desde 1938 e é vulgarmente conhecido como o tubo dos smarties, os pequenos e coloridos discos de chocolate e açúcar que são consumidos em todo o mundo à média de 16 mil por minuto. Os smarties vão continuar a existir, mas o tubo não. No Verão vai surgir o hexatubo. Tudo porque a Nestlé, o gigante da indústria alimentar que produz todos os anos 9.500 toneladas desta guloseima, chegou à conclusão que o velhinho tubo é considerado maçador pelos adolescentes do século XXI.
Os responsáveis pela empresa asseguram que o novo desenho da embalagem dos chocolates teve como objectivo dar-lhe um "ar mais fresco e divertido", ao mesmo tempo que a tornam mais prática. "O hexatubo vai surgir com uma tampa como a do antigo tubo e com o seu habitual desenho de letra, mas a embalagem permite inserir mais mensagens", explicam.
Antes que os fundamentalistas, ou os apaixonados pela velha embalagem, comecem a reclamar, os responsáveis pela Nestlé garantem que adoram o tubo e que ele será ficará para sempre como um ícone do design.
Se os próprios responsáveis dizem maravilhas do velho tubo porquê então mudar? Neil Ducray, directora de marketing da Nestlé, explicou ao diário britânico The Guardian: "Redesenhar os produtos faz parte da nossa filosofia e, por outro lado, temos estudos de que o hexatubo agrada aos nossos clientes."
Ducray acrescentou que o lançamento da nova embalagem faz parte de uma estratégia tradicional da empresa, recordando por exemplo os lançamentos lançamentos da barra de chocolate de smarties e dos smarties de fruta. "O hexatubo é o próximo grande e excitante passo da marca", afirmou.
Outras novidades aconteceram com o lançamento dos smarties azuis-claros em 1989, dos smarties gigantes, em 1997, e até de edições limitadas (sobre o halloween, no mercado anglo-saxónico).
A marca reconhece que houve outras mudanças que não correram tão bem, como por exemplo a mudança de logótipo, com o nome a aparecer em letras pequenas, ou ainda a decisão de cobrir os discos de chocolate com cores menos vivas.
Mas apesar destes reveses a decisão está tomada: a velhinha embalagem vai acabar ao fim de 67 anos e tornar-se uma preciosidade para coleccionadores. Mas o cilindro fará parte para sempre do imaginário dos milhares de crianças que, depois de comidos os doces discos de chocolate, transformavam a embalagem em brinquedos, inventando com ela naves espaciais, pistolas ou torres de castelos.