Novo bairro em Entrecampos terá casas para arrendar

LISBOA

Primeiras fracções
para venda prontas
em 2007

Trezentos dos 700 fogos que irão ser construídos na zona de Entrecampos, na área antes ocupada pelo mercado do Rego, junto à Avenida das Forças Armadas, em Lisboa, serão destinados a arrendamento, mas os preços a praticar não estão ainda definidos, disse ontem o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.Nos fogos para venda, que serão 400, "o preço rondará os 1900 a 2000 euros o metro quadrado", disse Carmona Rodrigues, acrescentando que "nos fogos a arrendar serão praticados preços competitivos, inferiores aos preços de venda".
Carmona Rodrigues falava na cerimónia simbólica que ontem assinalou o arranque das obras de escavação e contenção periférica dos terrenos, onde tem estado a funcionar um parque de estacionamento com 800 lugares - agora fechado (ver caixa) e onde em breve irá surgir a urbanização da EPUL "Praça de Entrecampos", um projecto desenvolvido pelo "atelier" Promontório Arquitectos, que deverá estar concluído em 2008.
"As primeiras fracções para venda são ser entregues em 2007", disse o director da EPUL responsável pelo empreendimento, António Lino.

Cinquenta metros quadrados por 100 mil euros A maioria dos apartamentos a construir serão de tipologias baixas, T0 e T1 - embora também haja T2 e T3 -, mas a intenção da autarquia é que eles sejam ocupados essencialmente por jovens universitários, assim eles tenham poder de compra para adquirir casas cujos preços nunca serão inferiores a 100 mil euros (para 50 metros quadrados de área) e que poderão ascender, nos apartamentos maiores, a 220 mil euros.
"Este projecto é uma alavanca importante no combate à desertificação residencial de Lisboa, que é a maior cidade universitária do país", disse Carmona Rodrigues.
Para a vereadora Eduarda Napoleão, o empreendimento "assume-se como uma nova centralidade", nele se promovendo "o reencontro com o conceito de bairro, um espaço com vida própria onde se possa viver, comprar, trabalhar e conviver".
O empreendimento, que será construído em torno de uma grande praça com oito mil metros quadrados, incluirá, além da habitação, um centro de arte contemporânea, um edifício de escritórios e outro destinado a ser a sede da EPUL. Em todos os pisos térreos do conjunto haverá lojas e esplanadas.
Em matéria de estacionamento vão ser criados 1200 lugares destinados ao público, além dos mais de 700 lugares destinados aos apartamentos e aos escritórios do empreendimento.

Ontem, o parque de estacionamento da EMEL na Av. das Forças Armadas fechou, sem aviso prévio, o que levou muitos automobilistas a dirigirem-se ao local com o objectivo de deixarem os seus carros, algo que um agente da Polícia Municipal impedia, dizendo ter ordens para não deixar entrar nenhum carro. Segundo as informações prestadas pela EPUL, porém, o parque ali existente não ficará totalmente fechado durante as obras de escavação, que agora se irão iniciar, a cargo da empresa Alves Ribeiro. "Vão ficar a funcionar 400 a 500 lugares", disse Aníbal Cabeça, administrador da EPUL, salientando que a esses lugares ainda se juntará uma nova capacidade, a dos terrenos da PSP onde se encontram carros abandonados. "A PSP vai sair daqui, libertando estes terrenos, e irá ocupar terrenos da EPUL na Azinhaga da Torre do Fato", disse Aníbal Cabeça. Mas ontem, no local, os agentes da Polícia Municipal tinham ordens para não deixar entrar qualquer carro. E a própria EMEL, contactada pelo PÚBLICO, também desconhecia a possibilidade de ali continuar a haver estacionamento. "Os terrenos agora estão na posse da EPUL e, por isso, só a empresa de urbanização é que poderá saber quais as possibilidades de ocupação dos terrenos enquanto durarem as obras", disse o assessor do presidente da EMEL e vereador do Trânsito, António Monteiro. E aos automobilistas que pretendam estacionar ali, não resta outro remédio senão ir espreitar se tal será efectivamente possível. F.R.

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