Transformação das estações de Coimbra em complexo multimodal custa 60 milhões
A intenção é criar na zona da Estação Velha uma nova centralidade. Terminal rodoviário e metro ligeiro serão apoiados por duas áreas de estacionamento
Reaproximar a cidade de Coimbra ao rio Mondego, "que hoje não se sente"; recuperar "o respeito pelos espaços verdes e linhas de água"; e construir, no lugar da estação ferroviária conhecida por "Coimbra B", não apenas uma estação intermodal mas sim um complexo multifuncional que crie uma nova centralidade também em termos económicos e sociais. Foram estes os objectivos do arquitecto catalão Joan Busquets, que ontem apresentou o projecto de requalificação urbana entre as duas estações da cidade, que envolverá um investimento público de cerca de 60 milhões de euros. As obras ferroviárias começam já em Abril. Serão dois anos de obra para o reposicionamento de linhas, catenárias, cais de embarque e, finalmente, para a demolição da actual estação, que o presidente da câmara, Carlos Encarnação, definiu, simplesmente, como "muitíssimo feia". Paralelamente, mas ainda sem data marcada - adiantou ontem Cintra Nunes, da Invesfer (gestora do programa "Estações com Vida") -, deverá arrancar a construção do complexo multimodal no qual serão integrados, para além da estação ferroviária, o terminal rodoviário e do metropolitano ligeiro de superfície, complementados com dois núcleos de estacionamento para um total de 1500 automóveis privados.
O objectivo é tornar aquele espaço num ponto de chegada, mas também de partida, para o acesso rápido a qualquer zona da cidade. Mas não só. A maqueta ontem instalada sobre uma enorme plataforma colocada no centro da sala onde habitualmente se realizam as reuniões do executivo camarário de Coimbra acolhe muitos outros edifícios, que Joan Busquets vai colocando, com entusiasmo.
"Hoje em dia, nenhuma estação é apenas uma estação", sublinha o arquitecto, enquanto acrescenta à maqueta aquilo a que chama "arena" - um pavilhão com capacidade para cinco mil pessoas que poderá funcionar como centro de convenções mas também acolher grandes espectáculos. "E exige uma série de condições na área dos serviços", continua, colocando novos blocos que representam os edifícios destinados, entre outros, a um hotel, a uma residência universitária, a outra residência, esta para idosos, a serviços de saúde...