Arquitectura tem de novo exposição permanente no museu Victoria & Albert

Desenhos de arquitectos como Palladio, Inigo Jones, Le Corbusier e Frank Lloyd Wright integram a primeira exposição permanente de arquitectura do Reino Unido, criada pelo museu Victoria and Albert em Londres. A reunião dos desenhos, esquissos e maquetas de alguns dos mais importantes edifícios do mundo resulta da colaboração entre o museu e o Royal Institute of British Architects (RIBA).Para o Victoria and Albert é também um regresso ao passado - no início do século XX a arquitectura tinha grande visibilidade no museu, que depois mudou de política. A colecção em exibição pertence ao museu e ao RIBA e está dividida em três secções: arte, funcionalidade e estrutura. A exposição reúne 165 peças que mostram uma extensa variedade de estilos e épocas - desde o Templo de Hephaestus em Atenas, de 449 a.C., até ao Projecto Eden de Grimshaw, onde em estufas se recria o ambiente natural de diferentes zonas do mundo.A ideia transmitida é a de que os edifícios são construídos em função das actividades interiores e do ambiente exterior, e de que a arquitectura exerce um papel central em todas as sociedades."Estou convencido de que uma escola melhor desenhada leva a um melhor ensino, e que uma casa e um escritório melhor desenhados resultam em pessoas mais felizes", disse George Ferguson, Presidente do RIBA, durante a abertura da nova galeria. "Se as pessoas compreenderem a arquitectura, passarão a exigir melhor arquitectura."A colecção, organizada pelo comissário Charles Hind, tem exemplos de arquitectura do Reino Unido - tais como o Palácio de Westminster, Trafalgar Square ou o moderno aeroporto de Gatwick -, mas também de Itália, Grécia, França, Espanha, Alemanha, Holanda, Japão, China, Indonésia, Nepal e Índia. "A arquitectura é a forma de arte da qual as pessoas não podem escapar. Nós tentamos explicar às pessoas o porquê de os edifícios terem determinadas aparências ou formatos, para que as pessoas olhem para os edifícios de uma forma diferente... além da fachada", explicou Hind. Por isso, a exposição é acompanhada por salas de estudo desenhadas por Sandy e Clare Wright, onde, por marcação, os visitantes podem-se perder na colecção nacional que inclui 600 mil desenhos de arquitectura e 750 mil manuscritos.Até 1909, a arquitectura era a alma do Victoria and Albert Museum. O museu tinha galerias especiais exclusivamente dedicadas à arquitectura e um programa que encomendava modelos arquitectónicos. Essa foi também a altura em que os arquitectos britânicos tiveram maior atenção da comunidade internacional. No entanto, no final da primeira década do século XX, o Victoria and Albert foi reestruturado e a arquitectura foi relegada para um campo menos artístico, sendo vista como uma indústria.Hoje, a arquitectura volta a ser vista como uma arte, explica o museu. Além lhe de dedicar uma secção, o museu anunciou também a reconstrução da ala sul, destruída após um acto de vandalismo em 1949. O projecto está a cargo de Daniel Libeskind e Eva Jiricna. Por coincidência ou não, a Architecture Foundation britânica anunciou na mesma semana da abertura da nova galeria a construção de um centro exclusivamente dedicado à arquitectura, com um espaço para exposições, eventos, escritórios e bar, combinando a criação de arquitectura com o contacto directo com o público. O espaço será construído na zona sul de Londres, junto à Tate Modern, mas ainda não se sabe quando começam as obras.Até lá, arquitectos ou simples curiosos podem ver algumas das melhores obras de arquitectura do mundo explicadas na Architecture Gallery no Victoria and Albert. Destaques"Uma escola melhor desenhada leva a um melhor ensino, e uma casa e um escritório melhor desenhados resultam em pessoas mais felizes"George Ferguson, Presidente do Royal Institute of British Architects "A arquitectura é a forma de arte da qual as pessoas não podem escapar. Nós tentamos explicar às pessoas o porquê de os edifícios terem determinadas aparências ou formatos, para que as pessoas olhem para os edifícios de uma forma diferente"Charles Hind

Sugerir correcção