Álvaro Barrete, António Lixívia, Maria Deslocada Seabra, António Estrangeiro, Daniel SIS e Maria Fundação Strogonof são alguns dos novos bonecos que o programa Contra-Informação apresenta a partir de segunda-feira, no seu regresso de férias, após a mudança de Governo. Os primeiros a aparecer no ecrã serão o que parodia o ministro de Estado e das Actividades Económicas, Álvaro Barreto, e o do ministro das Obras Públicas, António Mexia, na terça-feira.Na semana seguinte será a vez de Maria Deslocada Seabra, caricatura da ministra da Educação, a na outra a de Maria Fundação Strogonof, da ministra da Cultura, e de Manuel Estrangeiro, do ministro dos Negócios Estrangeiros, revela a produtora do programa, Carla Cardoso, da Mandala. Numa segunda fase começarão a surgir Telmo Correia-de-Transmissão, Fernando Pensão, Presunto de Chaves e Tele Tegui, ou seja, os bonecos alusivos ao ministro do Turismo, ao ministro da Segurança Social, ao ministro-adjunto do primeiro-ministro e à secretária de Estado das Artes e Espectáculos. Estes novos bonecos vão permitir ao programa "cobrir o essencial deste novo ciclo de Santana Flopes, primeiro-ministro", disse ao PÚBLICO Rui Cardoso Martins, da equipa de autores do programa da Produções Fictícias, que integra também José de Pina e Filipe Homem Fonseca.Acerca do processo de "baptismo" dos nomes dos bonecos, dá o exemplo de António Lixívia. Antes de escolherem o nome, tiveram presente o episódio em que o ministro resolveu a questão da liderança bicéfala da TAP, com um efeito clarificador. Aqui, o "Lixívia" pretendia aludir a um "lado positivo, de desinfecção", conta Rui Cardoso Martins. Entretanto houve o episódio do incêndio da refinaria da Galp em Leça da Palmeira, em que foram imputadas responsabilidades à empresa, presidida por Mexia até pouco antes de ir para o Governo. Verificaram então que o "Lixívia" também pode funcionar pelo lado negativo. Nesta situação, alude ao branquear. "É raro conseguir um nome que funcione nos dois sentidos", diz Rui Cardoso Martins. O Lixívia "vai ter alguma dificuldade em distinguir os líquidos" e "é capaz de meter água nos depósitos".A caminho do nono aniversárioNo domingo há um Contra especial, de 45 minutos, em que é feito um ponto da situação antes da estação balnear, com a novidade de aparecer pela primeira vez um boneco de Carlos Fino a apresentar notícias. O Contra-Informação constrói-se dia a dia, em função da actualidade, essencialmente política, e por isso não estão já definidas todas as próximas cenas. Mas já está decidido que Santana Flopes irá visitar Madonna. Na nova temporada, continuará a haver compactos de domingo, mas o Bar da Liga não vai voltar. O Contra estreou-se em 29 de Abril de 1996, e entre as razões que Rui Cardoso Martins aponta para a sua longevidade estão o facto de ter sido lançada mão "a todos os recursos do audiovisual", como filmes, telediscos, séries de animação, que continuarão a fazer parte dos quatro minutos de Contra que a RTP1 passa de segunda a sexta-feira depois do Telejornal das 20h00.Além disso, o programa conta o que é que os políticos pensam e dizem nos bastidores, e dá ênfase àquilo que disseram e não fizeram. O criativo lembra que "também tem sido feito um esforço da RTP e da Mandala para actualizar constantemente os bonecos. Se nos lembrarmos, podemos pôr alguém em Marte de um dia para o outro".Carla Cardoso conta que aos 195 bonecos anteriores se vão agora somar 16, perfazendo 201, 16 dos quais são animais. Além dos novos membros do Governo acima referidos, serão também feitos, a propósito das eleições presidenciais nos EUA, em Novembro, bonecos do candidato John Kerry e do realizador Michael Moore, que vão contracenar com George W. Bush, presença já habitual no Contra.