Comerciantes do Porto dispostos a pagar para reabrir cinema Batalha
Laura Rodrigues, a presidente de ambas as estruturas disse que a afectação da verba para aquele fim foi já aprovada no Conselho Geral do Gabinete de Comércio Vivo.
"O dinheiro será empregue na compra de equipamentos necessários e para o primeiro ano de exploração, uma vez que contamos atingir a auto-suficiência no segundo ano", disse Laura Rodrigues.
A verba é retirada dos cinco milhões de euros que o Grupo Amorim atribuiu à instituição na sequência de um negócio envolvendo uma área comercial contígua ao novo Estádio do Dragão.
A falta de rentabilidade do cinema Batalha (com duas salas, uma das quais de 850 espectadores) levou em 2000 a empresa Neves e Pascaud a cessar a sua exploração e delegá-la à Câmara Municipal.
O objectivo autárquico, ao aceitar o negócio, seria o de recuperar o espaço a tempo de o incluir na programação do Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura, mas as obras, realizadas pela Empresa Municipal de Habitação e Manutenção, só agora estão a terminar.
Laura Rodrigues disse que o projecto do Gabinete do Comércio Vivo já tem o acordo da Neves e Pascaud, faltando apenas o da autarquia.
O projecto do gabinete para o Batalha passa pelo regresso das projecções de cinema, numa altura em que estão fechadas todas as salas portuenses fora de centros comerciais.
"Cinema alternativo e ciclos cinematográficos estão nos nossos projectos para a sala grande", explicou Laura Rodrigues, afiançando já ter "contratos apalavrados" com diversas empresas produtoras de espectáculos.
Para a sala mais pequena, o gabinete propõe um espaço de iniciação às artes.
O objectivo geral é manter animação no Batalha diariamente, entre as 10h00 e as 23h00, disse a dirigente da ACP e do Gabinete do Comércio Vivo, que falava à margem da inauguração de uma fonte na praça contígua ao cinema. Esta praça foi alvo de requalificação, no âmbito da Porto 2001, sob desenho do arquitecto Adalberto Dias. O arquitecto propôs a devolução de grande parte do espaço aos peões, a reconstituição da escadaria de acesso à igreja de Santo Ildefonso e regresso dos eléctricos, articulando-os com o funicular dos Guindais.
Mas em Abril deste ano, Adalberto Dias considerou que o seu projecto foi "empalitado" por inestéticos "mecos de metal" e subvertido por lógicas contrárias à da arquitectura.