"O Presidente da República não emitiu qualquer juízo de valor sobre o comunicado do senhor procurador-geral da República", garantiu o assessor da Presidência Jorge Gabriel.

Em causa está o comunicado emitido ontem por Souto Moura sobre o alegado furto de 50 cassetes de um jornalista do "Correio da Manhã" que continham declarações de pessoas ligadas ao processo de pedofilia na Casa Pia de Lisboa, que teriam sido gravadas sem o consentimento dos seus autores.

O texto da Procuradoria-Geral da República considera que o jornalista teve um "comportamento deontologicamente censurável e juridicamente ilícito", mas desvaloriza a eventual violação do segredo de justiça por parte do ex-director da Polícia Judiciária Adelino Salvado, uma das pessoas que terá feito declarações gravadas pelo jornalista e que se demitiu na segunda-feira.

Souto Moura afirma que "o suposto material das gravações em causa poderá revelar-se inócuo como prova de crimes que possam ter sido cometidos com as conversas que hajam sido gravadas ilicitamente".