Watergate: Richard Nixon demitiu-se há 30 anos
No dia 9 de Agosto de 1974, o republicano Richard Nixon (eleito em 1968 e reeleito em 1972) renunciou formalmente às suas funções, pondo termo a uma das mais graves crises políticas da história dos Estados Unidos, que tinha começado dois anos antes, a 17 de Junho de 1972.
Durante a campanha eleitoral desse ano, cinco pessoas foram surpreendidas na sede do Partido Democrata, no edifício Watergate, em Washington, enquanto arranjavam microfones ali colocados três semanas antes.
Os jornalistas do "Washington Post" Bob Woodward e Carl Bernstein descobriram que o grupo tinha ligações a colaboradores do então Presidente Richard Nixon, que foram demitidos e alvo de inquéritos.
Durante a investigação oficial que se seguiu foram apreendidas cassetes que demonstravam que o próprio Presidente tinha conhecimento das operações contra a oposição democrata e em Outubro de 1973 foi aberto um processo de destituição contra Nixon, acusado de implicação directa no caso das escutas telefónicas ilegais.
A 27 de Julho de 1974, a Câmara dos Representantes recomendou a destituição de Nixon com base nas acusações de obstrução à justiça, abuso de poder e recusa em se submeter às intimações judiciais. A 8 de Agosto, antes que o "impeachment" (destituição) fosse votado, Nixon renunciou e foi substituído na Casa Branca pelo seu vice-presidente, Gerald Ford, cuja primeira medida foi assinar uma amnistia para todos os crimes que Nixon tivesse cometido.
Richard Nixon (que morreu em 1994, aos 81 anos) foi o único Presidente da história dos Estados Unidos que se demitiu. O Presidente democrata Bill Clinton foi objecto de um processo de destituição em 1999 por perjúrio e entrave à justiça, no caso Monica Lewinsky, mas foi absolvido pelo Senado.