Dez países africanos iniciam renegociação do Tratado de Bacia do Nilo
Na origem desta renegociação estão as crescentes tensões entre os países sobre a utilização do rio.
O tratado actualmente em vigor foi assinado em 1929 pelo Egipto e Reino Unido, em proveito das suas colónias, e proíbe a nove países que utilizem o rio na medida em que isso iria reduzir o volume de água que chega ao Egipto.
Quando o tratado foi assinado, o Egipto era a principal fonte de algodão para o Reino Unido, uma cultura que depende da irrigação com águas do Nilo, o maior rio do planeta.
"Estes peritos vão aconselhar os ministros [dos respectivos países] sobre a utilização equilibrada das águas do Nilo", disse Meraji Msuya, coordenador da Iniciativa Bacia do Nilo, com sede em Entebbe, Uganda. "Deveremos chegar a novas recomendações, um novo enquadramento legal".
Os dez países situados na bacia do Nilo - Burundi, Congo, Egipto, Eritreia, Etiópia, Quénia, Ruanda, Sudão, Tanzânia e Uganda - rodeiam o curso de água com 6700 quilómetros e beneficiam dos seus afluentes e lagos.
Peritos têm alertado que África pode enfrentar guerras de água no futuro se os rios do continente não forem partilhados de forma equilibrada.
A bacia do Nilo leva água a cerca de 300 milhões de pessoas e é uma fonte vital para irrigação, pesca e energia.