A constituição da associação surge cerca de dez anos depois de Siti Hardiyanti Rukmana "Tutut" - filha do antigo ditador Suharto - ter formado a denominada Associação de Amizade Indonésia-Portugal.

De acordo com o embaixador de Portugal em Jacarta, José Santos Braga, "os promotores [da AIP] consideram que a organização anterior, não obstante acções positivas, teve grandes limitações decorrentes não apenas das características de alguns dos seus elementos, mas sobretudo do grave contencioso que opôs os dois países até data muito recente".

Entre os promotores da AIP figuram individualidades ligadas à vida cultural, universitária, política, diplomacia e empresarial, que, segundo José Santos Braga, "acreditam poder contribuir com a sua experiência para a intensificação do relacionamento entre Portugal e a Indonésia".

Entre os promotores figura Ali Alatas que, em recente encontro com o embaixador de Portugal, considerou a AIP "um importante apoio que contribuirá para dar substância e solidez às relações entre os dois países".

Questionado sobre a motivação do chefe da diplomacia indonésia em promover a nova associação, José Santos Braga disse à Lusa julgar que "a complexidade do dossier Timor-Leste e do relacionamento com Portugal lhe terão despertado ainda mais a curiosidade de conhecer o nosso país".

"Convém não esquecer que um cidadão indonésio culto tem geralmente duas referências importantes em relação à Europa: a Holanda (antiga potência colonial da Indonésia) e Portugal", acrescentou.

Entretanto, fonte oficial indonésia disse que Ali Alatas visitará Portugal em Junho para participar numa conferência patrocinada pelo Instituto Diplomático e pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.

O processo de independência de Timor-Leste e a situação política na Indonésia são os temas da conferência, em que participará igualmente o chefe da diplomacia timorense, José Ramos-Horta.

Durante a estada em Portugal, Ali Alatas deverá ser recebido pelo primeiro-ministro, José Manuel Durão Barroso.