FC Porto é campeão europeu
A equipa do FC Porto entrou mal no jogo e logo aos dois minutos Vítor Baía teve de se aplicar para não permitir o golo do Mónaco, quando Giuly corria para a baliza dos "dragões".
Os franceses mostraram um futebol mais atacante, mas pouco esclarecido. Para além do perigo inicial, o Mónaco não viria a criar mais hipóteses flagrantes de golo na primeira parte, embora a equipa treinada por Didier Deschamps possa queixar-se de dois foras-de-jogo (um na primeira parte e outro na segunda, ambos a Morientes) mal assinalados pela equipa de arbitragem, que cortaram duas jogadas potencialmente perigosas para as redes de Vítor Baía.
Aos 22 minutos, a equipa do Mónaco sofre um duro revés, ao perder por lesão um dos seus melhores jogadores, o "capitão" Ludovic Giuly, que foi substituído pelo croata Dado Prso.
A partida continuava a ser menos bem jogada do que se esperaria de uma final da Liga dos Campeões quando, aos 38 minutos, o criativo brasileiro Carlos Alberto marca o primeiro golo da partida. Paulo Ferreira cruza a partir da direita para o centro da área, onde Carlos Alberto, tentando colocar em Derlei, acaba por ganhar um ressalto. O brasileiro remata então de forma imparável para o fundo das redes de Roma.
O Porto passa então a controlar mais a partida, anulando os ataques pouco eficazes do Mónaco.
Na segunda parte Didier Deschamps viu-se obrigado a fazer alterações, mas foi Mourinho quem mexeu primeiro na equipa, aos 58 minutos, trocando Carlos Alberto por Alenitchev. A intenção do Porto era clara: dar mais consistência ao meio campo e, ao mesmo tempo, ter a hipótese de lançar ataques mais directos.
Aos 70 minutos, o FC Porto dá um passo de gigante para a conquista da Liga dos Campeões, ao marcar o segundo golo, por intermédio de Deco.
O espanhol Morientes perde a bola no meio campo, Alenitchev corre pela esquerda e oferece a bola a Deco que, no coração da grande área, tem a calma suficiente para fazer passar a bola por três jogadores do Mónaco, que tentavam cortar o caminho para a baliza.
A partir do segundo golo o Mónaco teria que arriscar, o que permitiu mais espaços ao FC Porto. Tanto que, quatro minutos depois do segundo golo, os "dragões" colocam um ponto final à partida, com o terceiro golo, marcado pelo russo Alenitchev. Derlei tenta colocar a bola no poste mais distante, mas a bola ressalta num defesa do Mónaco e deixa Alenitche isolado, que rematou perante a saída do guarda-redes Roma.
Um ano e cinco dias depois de ter conquistado a Taça UEFA, com uma vitória por 3-2 após prolongamento sobre o Celtic de Glasgow, em Sevilha, o FC Porto vence a prova mais importante de clubes do futebol europeu pela segunda vez, após ter derrotado o Bayern de Munique por 2-1 em 27 de Maio de 1987.
O triunfo consecutivo na Taça UEFA e na Liga dos Campeões iguala um feito até agora apenas conseguido pelo Liverpool, que ganhou a Taça UEFA em 1976 e a antiga Taça dos Campeões Europeus no ano seguinte.
A vitória sobre o AS Mónaco é a segunda mais robusta em finais da Liga dos Campeões, igualando os 3-0 com que o Real Madrid derrotou o Valência em 2000 e ficando apenas atrás dos 4-0 com que o AC Milan bateu o FC Barcelona em 1994.
Ao somar o segundo título de campeão europeu - e quarto do futebol português -, o FC Porto igualou o Benfica, o Inter de Milão, a Juventus, o Manchester United e o Nottingham Forest, numa lista em que o recordista de vitórias é o Real Madrid, com nove.