Dinossauros da Mongólia em exposição no Parque das Nações
A exposição de gobissauros - assim denominados por terem sido extraídos do deserto de Gobi, na Mongólia - estará patente até 5 de Julho.
O certame inclui 14 esqueletos completos de dinossauros adultos, juvenis ou até em fase embrionária e mais de 30 ossos e fósseis, além do robô Tyrannosaurus Rex do Museu de História Natural de Londres.
Num encontro com os jornalistas, o director do Centro de Paleontologia da Academia de Ciências da Mongólia, Rinchen Barsbold, explicou que a Mongólia é uma das regiões com maior diversidade e riqueza em restos fósseis de dinossauros.
A colecção de esqueletos extraídos deste local contém "espécimes únicos" em todo o mundo, entre eles o esqueleto completo de um Protoceratops recém-nascido, um embrião de Oviraptor, um exemplar de Tarbosaurus (um dinossáurio carnívoro gigante) e ninhos de ovos, realçou Barsbold.
Também presente na apresentação da exposição, o mais conhecido paleontólogo português, Galopim de Carvalho, lembrou o contributo do Museu Nacional de História Natural (uma das entidades organizadoras do evento) no incremento do "fascínio da população pelos dinossauros".
Para o investigador, esse fascínio tem permitido que o Governo compreenda melhor a importância da preservação dos locais onde são encontrados vestígios de dinossauros ou da sua presença. Ao mesmo tempo, facilita o financiamento de projectos nesta área, indicou.
Ainda assim, Galopim de Carvalho lamentou a falta de cultura científica em Portugal, que dificulta a extracção e estudo dos vestígios encontrados no país.
"Portugal é tão rico em espólio para explorar e ainda assim o Governo extinguiu a única instituição própria para o estudo da paleontologia e geologia, o IGM [Instituto Geológico e Mineiro]", afirmou.
"Temos as melhores jazidas de pegadas da Europa, senão de todo o mundo, e só uma, a de Serra de Aire, está preservada", disse, acrescentando, no entanto, que a Câmara Municipal de Sintra está interessada em intervir na de Carenque.