Porto já investiu dois milhões de euros em autocarros a hidrogénio

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Os autocarros a hidrogénio em circulação no Porto têm uma autonomia de cerca de 200 quilómetros Estela Silva/Lusa

"Vamos ver como qual a fiabilidade da tecnologia para decidir se continuamos ou não. Mas também só o faremos quando economicamente os custos forem similares às dos outros autocarros, nomeadamente a gás natural", adiantou Rocha Teixeira, do Gabinete de Projectos e Estratégia da STCP.

O responsável falava no Porto, à margem da apresentação dos H2Bus, autocarros movidos a hidrogénio que desde Janeiro circulam no Porto no âmbito de uma experiência-piloto europeia.

Como principais vantagens, esta tecnologia apresenta a ausência de poluição e a utilização como combustível do elemento mais abundante no universo: o hidrogénio.

Além do Porto, participam no projecto europeu CUTE (Clean Urban Transport for Europe) outras oito cidades - Amesterdão, Barcelona, Estocolmo, Estugarda, Hamburgo, Londres, Luxemburgo e Madrid - onde circulam já 27 daquelas viaturas (três por cada cidade).

De acordo com Rocha Teixeira, a STCP investiu no projecto quatro milhões de euros, financiados a 50 por cento por fundos comunitários, ascendendo o custo global do projecto em Portugal aos seis milhões de euros.

Além da fiabilidade e rentabilidade do projecto, referiu Rocha Teixeira, a aposta no hidrogénio estará também dependente de negociações com os actuais parceiros, nomeadamente a BP, que fornece o equipamento de abastecimento e o combustível.

Actualmente, disse - e por não se ter ainda iniciado a construção em série dos autocarros a hidrogénio - os custos por veículo rondam um milhão de euros, contra apenas 150 a 170 mil euros para os autocarros a diesel e cerca de 200 mil para os movidos a gás natural.

"Quando começar a construção em série, o que os fabricantes admitem vir a acontecer dentro de sete ou 10 anos, será então altura para ver os custos e as condições oferecidas", salientou.

A STCP tem em circulação a segunda maior frota europeia de autocarros a gás natural (175 num total de 586 autocarros, 30 por cento), sendo os restantes movidos a diesel e três a hidrogénio.

Com a tecnologia do H2Bus ainda por consolidar, a STCP procura equilibrar a frota de veículos a diesel e a gás natural, distribuindo equitativamente o número de total de autocarros entre cada um destes combustíveis de forma a não ficar dependente de apenas um deles.

Além da BP, são parceiros da STCP no projecto CUTE a Daimler Chrysler (Mercedes), que fabrica os autocarros, e o grupo Linde, seleccionado pela BP para, nos próximos dois anos, fornecer a estação de compressão e enchimentos dos autocarros no Porto e o combustível gasoso.

Os três autocarros a hidrogénio em circulação no Porto têm capacidade para 70 passageiros, uma autonomia de cerca de 200 quilómetros e uma velocidade máxima de 80 quilómetros/hora.