Mortágua lança imposto cuja receita reverte para preservação da floresta

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O autarca considera que a prevenção tem conseguido evitar grandes áreas ardidas Paulo Cunha/Lusa

O presidente da Câmara, Afonso Abrantes (PS), disse desconhecer o montante que a autarquia receberá com este imposto, mas garante que será todo "para reforçar o apoio aos bombeiros, continuar a investir nos pontos de água e manter os caminhos limpos".

Cerca de 85 por cento do concelho de Mortágua é floresta, sendo considerada "a sua maior riqueza económica e ambiental". Mas depois dos cortes da adminitração central, os recursos disponíveis diminuíram, pondo em causa a política de preservação florestal, desenvolvida pela autarquia há doze anos.

Só em custos com pessoal e combustíveis, nos três meses de Verão, a Câmara costuma gastar cerca de 25 mil euros, o que leva Afonso Abrantes a criticar o subsídio de 2500 euros que foi atribuído este ano à autarquia. "É uma esmola que não se dá a ninguém", sublinhou o autarca.

"Actualmente, quase todos os concelhos já lançaram a derrama. A receita do imposto poderia ser aplicada em várias finalidades, mas nós apenas vamos lançá-lo para podermos continuar o trabalho de preservação da floresta".

O autarca socialista está confiante de que a medida será aprovada na reunião da Assembleia Municipal do próximo dia 26, onde o seu partido tem maioria.

Afonso Abrantes considera que a posição da câmara já tem dado frutos. Exemplo disso é a diminuta área ardida no concelho nos últimos anos. Em 2002 terão ardido menos de quatro hectares de mato e floresta e este ano apenas se registaram alguns fogos sem grande dimensão.

A Câmara decidiu também, como medida de precaução, prolongar o programa municipal de vigilância florestal para além do mês de Setembro, caso as actuais condições climatéricas se mantenham.