Entre os géneros que praticamente desapareceram, com o fim do cinema clássico, conta-se o "swashbuckler", que em Portugal se chamou de "capa e espada" (ou, mais próximo das gerações que o consumira, "de espadachins"). Por vezes, traçando tangentes ao "peplum", outras fugindo para territórios improváveis de contaminação histórica (existe um delirante "Robin dos Bosques e os Piratas", com o "Tarzan" Lex Barker), o "swashbuckler" floresceu numa espécie de sub-género, o "filme de piratas". Ora, este divertimento paródico, "Piratas das Caraíbas - A Maldição do Pérola Negra", vampiriza precisamente os sinais que o género deixou, longe das obras-primas da década de 30, com Errol Flynn, mas com as memórias dos "technicoloridos" "O Pirata Vermelho" (Johnny Depp parece querer evocar com humor Burt Lancaster), "Barbanegra", de Raoul Walsh ou mesmo "A Rainha dos Piratas". Muito mais interessante do que o falhado "Piratas", de Polanski, ou o pomposo "A Ilha das Cabeças Cortadas", de Renny Harlin, este regresso ao lugar do crime possui a vantagem de apresentar um humor desmedido, e um Johnny Depp em grande forma.
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