"O debate previsto para amanhã foi adiado para uma data indeterminada", comunicou o vice-presidente do CLP, Ibrahim Abu Naja, adiantando que uma "nova data será fixada quando o primeiro-ministro designado formar o seu gabinete".

O próprio Abu Ala disse hoje que as discussões sobre a formação do novo executivo prosseguem, reafirmando o compromisso de as concluir "o mais depressa possível", cita a AFP.

Entretanto, as manifestações de apoio ao líder da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) continuam. Milhares de pessoas, muitas das quais armadas e encapuzadas, desfilaram hoje nas ruas de Gaza em solidariedade com Yasser Arafat, que Israel ameaça expulsar dos territórios autónomos.

"Se o nosso presidente for expulso, seremos todos membros do Hamas [acrónimo árabe para movimento de resistência islâmica, grupo radical palestiniano]", cantavam os manifestantes, que empunhavam cartazes do líder histórico.

Também na Cisjordânia, nomeadamente em Jenin, milhares de palestinianos manifestaram o apoio a Arafat, cantando "slogans" hostis a Israel. Algumas pessoas apelaram à Fatah, movimento político liderado por Yasser Arafat, para se transformar numa organização armada para combater Israel caso a ameaça de expulsar Arafat se concretize.

Anteontem, o gabinete de segurança israelita, presidido pelo primeiro-ministro Ariel Sharon, reuniu de emergência e aprovou o princípio de expulsão do líder palestiniano, dando ordem ao Exército para elaborar um plano para tal, a ser executado em data a indicar.

Esta decisão gerou vivos protestos em todo o mundo, tendo a União Europeia e os próprios EUA condenado a iniciativa israelita, considerando que a eventual expulsão de Arafat desestabilizará ainda mais a região.