Quase três milhões de angolanos necessitam de ajuda alimentar urgente

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Existem ainda em Angola mais de dois milhões de deslocados PÚBLICO

De acordo com o Ministério da Assistência e Inserção Social angolano, entre as pessoas mais necessitadas estão os refugiados que nos últimos meses regressaram às suas aldeias, nove mil dos quais são combatentes desmobilizados da UNITA.

Antes do fim do conflito, havia em Angola perto de quatro milhões de deslocados, a maioria refugiados nos arredores das grandes cidades, onde subsistiam devido à ajuda humanitária internacional.

No mês passado, um relatório da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch denunciava a existência de pressões - em alguns casos violentas - das autoridades angolanas para que as pessoas albergadas nos centros de acolhimento regressem às suas casas. Ainda assim, o documento referia que apesar de nem sempre ter sido voluntário, o processo de repatriamento iniciado após o fim da guerra civil permitiu o regresso a casa de perto de dois milhões de deslocados e de 400 mil refugiados nos países vizinhos.

As autoridades angolanas consideram que o mau estado das vias de comunicação, destruídas por décadas de guerra civil, é o principal entrave ao encaminhamento de ajuda alimentar às aldeias, principalmente as localizadas na regiões mais remotas.

Por seu lado, Mario Ferrari, responsável pela coordenação e assistência humanitária da ONU em Angola adianta que a falta de alimentos é "a herança mortal da guerra em que esteve mergulhado o país desde a independência, em 1975.

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