Morreu John Coplans, crítico de arte e fotógrafo americano
John Coplans, um influente crítico de arte, editor de revista e comissário de exposições norte-americano, que se reinventou com sucesso como fotógrafo aos 60 anos de idade, morreu aos 83 anos em Nova Iorque. Foi a 21 de Agosto, vítima de doença degenerativa. Coplans foi co-fundador da "Artforum Magazine" em Junho de 1962, uma revista especializada e que em apenas cinco anos se conseguiu afirmar como uma das publicações mais importantes em arte emergente, afastando rivais antigas como a "Art News" e a "Art International". Em 1974, Coplans recebeu o Prémio Frank Jewett Mather da College Art Association, que distinguiu a sua carreira como crítico de arte.John Rivers Coplans nasceu em Londres a 24 de Junho de 1920 e foi criado na África do Sul. Depois de ter estado na Força Aérea e no Exército britânico durante a Segunda Guerra Mundial, o que o levou a Ceilão (hoje Sri Lanka) e a Burma (hoje Birmânia), estudou pintura durante um breve período em Londres. Mas a escola não o interessou e em vez de ir às aulas frequentava os museus da cidade. Foi nessa altura que viu exposições como "Quatro Classicistas Abstractos", a primeira mostra na Europa de arte do pós-guerra de Los Angeles, e "Nova Pintura Americana" na Tate Gallery. Sentindo que o futuro da arte estava na América, começa a considerar a mudança. Em menos de um ano, divorciou-se da primeira mulher e mudou-se para S. Francisco.Coplans ensinou na Universidade da Califórnia em Berkeley. Mas, desapontado com o que considerava ser uma visão da arte anti-intelectual da universidade, lança a "Artforum" para provocar o diálogo. Depois de alguns números, confrontado com um meio cultural conservador e esgotadas todas as possibilidades de crédito, muda a revista para Los Angeles, onde aparecia um mercado para uma nova arte. Coplans continuou o seu envolvimento com a revista, especialmente como redactor, mesmo quando a "Artforum" se mudou para Nova Iorque. O seu título, de director-geral, era basicamente honorífico e não recebia quase nada da revista. Depois de ter organizado em 1963 a primeira exposição de arte pop no Oakland Art Museum, aceita o cargo de director da galeria da Universidade da Califórnia em Irvine. Faz uma importante exposição de Frank Stella. Em 1967, torna-se comissário principal no Art Museum de Pasadena: monta "Serial Imagery", onde propõe que a repetição de motivos pelos artistas reflecte as técnicas inerentes a uma cultura industrializada. Organizou antológicas de Andy Warhol, Roy Lichtenstein e Donald Judd e fez as primeiras exposições em museus de Robert Irwin, Richard Serra e James Turrel. Em 1971, Coplans trocou Pasadena por Nova Iorque. Abandonou a revista em 1978 para se tornar director do Akron Art Museum, tendo explicado mais tarde que a editora que publicava a revista lhe tinha dado a escolher entre a compra da "Artforum" ou a demissão.Aos 60 anos, dois anos depois, começa uma carreira de artista como fotógrafo, depois da frustrada tentativa em jovem de ser pintor. A auto-representação foi o seu tema de eleição, embora raramente mostrasse o rosto nos seus trabalhos: chamou-lhes "auto-retratos", porque mostravam o seu próprio corpo nu e eram feitos com a ajuda de uma câmara de vídeo e de um disparador automático. Usou o grande formato, o preto e branco e os grandes planos para trabalhar o detalhe: dobras e pregas do corpo transformavam-se em paisagens de montanha e dedos em pernas e troncos. Em 1997, as fotografias de Copland foram objecto de uma retrospectiva bem recebida no centro de arte contemporânea P.S. 1, em Queens. Depois do 11 de Setembro, fez uma série de fotografias inspiradas nas Torres Gémeas, publicadas num livro de grande formato chamado "A Body". O seu trabalho faz parte das colecções dos museus Getty, MoMA e Whitney.